CAP. VII: AS EPÍSTOLAS
Segunda viagem Missionária do Apóstolo Paulo –
Parte II
Atenas
Em
Atenas
Timóteo chegara de
Corinto, carregado de boas notícias: Áquila e Prisca estavam na Capital da Acaia (Corinto). Paulo então
movido por recordações de Jeziel e Abigail e com vontade de encontrar o casal
resolveu partir.
Corinto
Em Corinto
Áquila e Prisca narraram suas experiências,
vitórias e suplícios em Roma.
Paulo expôs ao casal que pretendia
fundar uma igreja em Corinto ao que o casal se colocou à disposição para
todos os serviços.
O ex-rabino recebeu vários enviados
de Tessalônica, Beréia e outros pontos onde fundara igrejas. Todos tinham
assuntos urgentes que requeriam delicadas intervenções da parte de Paulo.
Silas e Timóteo foram convocados, devido a impossibilidade de atender todos.
Confortado pelo concurso dos amigos, Paulo
falou, pela primeira vez, na sinagoga. Sua palavra vibrante logrou êxito extraordinário.
Judeus e gregos falaram de Jesus com entusiasmo. O tecelão foi convidado a pros
seguir nos comentários religiosos, semanalmente.
Mas tão logo começou a abordar as relações
existentes entre a Lei e o Evangelho, repontaram os atritos. Os israelitas não
toleravam a superioridade de Jesus sobre Moisés, e, se consideravam o Cristo
como profeta da raça, não o suportavam como Salvador.
Alguns israelitas mais exaltados quiseram
agredi -lo, provocando tumulto. Mas um romano de nome Tito Justo, aproximou-se
e estendeu-lhe os braços de amigo. Paulo pôde sair incólume do recinto,
encaminhando-se para a residência do benfeitor, que pôs à sua disposição todos
os elementos imprescindíveis à organização de uma igreja ativa.
Foi adquirida uma casa para início
dos serviços religiosos. Áquila e Prisca foram os principais colaboradores além
de Lóide e Eunice.
A igreja de Corinto começou a
produzir os frutos mais ricos de espiritualidade.)
Quase diariamente chegavam emissários das -
regiões mais afastadas. Eram portadores da Galácia a pedirem providências para
as igrejas de Pisídia; companheiros de Icônio, de Listra, de Tessalônica, de
Chipre, de Jerusalém. Os assuntos eram urgentes quão variados. Aos poucos,
compreendeu que não bastava enviar emissários.
Entregou-se a oração e ouviu uma voz:
- Não temas prossegue ensinando a verdade e não te cales, porque estou contigo.
O Apostolo aproveitando o ensejo
pensou em seus problemas e a voz disse: - Não te atormentes com as necessidades
do serviço. É natural que não possas assistir pessoalmente a todos, ao mesmo
tempo. Mas é possível a todos satisfazeres, simultaneamente, pelos poderes do
espírito. E a voz continuou: - Poderás resolver o problema escrevendo a
todos os irmãos em meu nome: os de boa vontade saberão compreender, porque o
valor da tarefa não está na presença pessoal do missionário, mas no conteúdo
espiritual do seu verbo, da sua exemplificação e da sua vida. Doravante,
Estevão permanecerá mais conchegado a ti, transmitindo-te meus
pensamentos, e o trabalho de evangelização poderá ampliar-se em benefício dos
sofrimentos e das necessidades do mundo.
Ao fazer a primeira Epistola recordou
que o mestre lhe prometera associar Estevão à tarefa, julgou não dever atuar
por si só e chamou Timóteo e Silas para redigir a primeira de suas epístolas.
Os israelitas pobres encontravam na igreja um
lar generoso, onde Deus se lhes manifestava em demonstrações de bondade, ao
contrário das sinagogas, em cujo recinto, em vez de pão para a fome voraz, de
bálsamo para as chagas do corpo e da alma, encontravam apenas a rispidez de
preceitos tirânicos, nos lábios de sacerdotes sem piedade. A sinagoga
esvaziava-se.
Os Judeus de Corinto tramaram um
movimento terrível de perseguição ao Apóstolo.
Abriu-se um processo contra Paulo. Na
época Júnio Gaio era o procônsul da Acaia, por essa razão o processo chegou às
mãos de Júnio sem que Paulo soubesse. Era tão grande as acusações levantadas
pelos israelitas, que o administrador foi compelido a determinar a prisão de
Paulo para o inquérito inicial.
A sinagoga pediu para lhe fosse
delegada a tarefa de conduzir o acusado ao tribunal. A permissão foi concedida.
A noite o ex-rabino foi preso, quando
pregava. Apesar de a igreja querer se revoltar Paulo não permitiu. A
superioridade espiritual de Paulo incomodou tanto a um dos componentes do
grupo, que lhe deu açoites no rosto. Na prisão Paulo foi atado ao tronco
do suplício e recebeu os 39 açoites.
Paulo foi envolvido em sublime paz,
que banhava-lhe o coração de brandos consolos experimentava a confiança no
Cristo. Nestas disposições não lhe doíam os açoites. Na prova rude e dolorosa compreendeu, alegremente, que havia atingido a
região de paz divina, no mundo interior, que Deus concede a seus filhos depois
das lutas acerbas e incessantes por eles mantidas na conquista de si
mesmos. Submerso em pensamentos sublimes, Paulo de Tarso
sentiu o seu primeiro grande êxtase. No tribunal Paulo mantinha a
serenidade.
Júnio Gaio conclui que Paulo não
cometeu crime algum. Advertiu que os Judeus deviam, antes de qualquer acusação
injusta, examinar a obra generosa da igreja de Corinto e que não desejava a
função de juiz em assunto daquela natureza. Declarando Paulo absorvido da
acusação, em plena liberdade.
Sóstenes, que acusara Paulo, foi
atacado pela multidão quando saia do julgamento. Júnio Gaio ao ser interpelado
para intervir não o quis dirigindo um olhar de simpatia a Paulo.
Mas Paulo foi ao topo da escada e
bradou: - Irmão, apaziguai-vos pro amor ao Cristo!... e cessaram os rumores e
impropérios. E Paulo acorreu pressuroso em socorrer Sóstenes, cujo rosto
sangrava. Os cristãos, por apelos de Paulo, conduziram-no com extremos cuidados
a sua residência.
Paulo resolve ir ajudar João na
fundação definitiva da Igreja de Éfeso na Ásia.
Dentro de um mês Paulo,
Áquila e Prisca, partiram em demanda de Éfeso.
Éfeso
Em Éfeso
Depois de viagem difícil, repleta de
incidentes penosos, Paulo e os companheiros chegaram a Éfeso.
A igreja de Éfeso estava repleta de
polêmica estéreis. Paulo para auxiliar à João manteve acaloradas discussões com
os judeus da sinagoga.
Paulo visitou a Maria a Mãe de Jesus.
Ela narrou fatos relacionados ao seu Filho. Paulo interessou-se pelas
narrativas a respeito da noite do nascimento de Jesus. Prometeu voltar a fim de
recolher os dados indispensáveis ao Evangelho que pretendia escrever para os
cristãos do futuro.
Vendo que Áquila e Prisca se
encontravam instalados e satisfeitos, Paulo resolve demandar para Jerusalém
levando a coleta feita. Silas e Timóteo iriam com ele.
(Fim da segunda viagem
Missionária do Apóstolo Paulo)
Jerusalém
Em Jerusalém
Paulo, Silas e Timóteo foram recebidos
com júbilos por Pedro. Paulo, percebeu que o ex-pescador, apesar de
sereno, estava com grande abatimento físico em virtude de lutas terríveis e
incessantes para que a igreja suportasse, sem maiores abalos, as tempestades
primitivas.
Paulo entregou alegremente, a pequena
fortuna, cuja aplicação iria assegurar maior independência a instituição de
Jerusalém. Pedro
agradeceu comovido e abraçou -o com lágrimas. Os pobres, os órfãos, os velhos
desamparados e os convalescentes teriam doravante uma escola abençoada de
trabalho santificante. Pedro falou com entusiasmo das Epístolas e seu sucesso junto as igrejas
que as liam, copiavam e estudavam minuciosamente.
Após alguns dias Paulo e os
companheiros demandaram para Antioquia.
Antioquia
Em Antioquia
Na companhia dos companheiros queridos,
Paulo descansou por algum tempo. Nessa época, não passava semana que não recebesse
representações de diversas igrejas, dos pontos mais distantes. Terminado o
estágio em Antioquia voltou ao berço natal.
Terceira viagem
Missionária do Apóstolo Paulo
Terceira viagem de Paulo
Em Tarso,
Galácia e Frígia
Paulo
falou as verdades eternas em Tarso depois demandou pelas comunidades de toda a
Galácia e Frígia.
Nesse
afã incansável e incessante, conseguiu arregimentar novos discípulos para
Jesus, distribuindo grandes benefícios em todos os recantos iluminados pela sua
palavra edificante, porque também ilustrada em fatos.
Em
toda parte, lutas sem tréguas, alegrias e dores, angústias e amarguras do
mundo, que não chegavam a lhe arrefecer as esperanças nas promessas de Jesus.
De um lado, eram os israelitas rigorosos, inimigos ferrenhos e declarados do
Salvador; do outro, os cristãos indecisos, vacilando entre as conveniências
pessoais e as falsas interpretações. O missionário tarsense, no entanto,
conhecendo que o discípulo sincero terá de experimentar as sensações da “porta
estreita” todos os dias, nunca se deixou empolgar pelo desânimo, renovando a
cada hora o propósito de tudo suportar, agir, fazer e edificar pelo Evangelho,
inteiramente entregue a Jesus -Cristo.
Vencidas as lutas indefessas resolveu
voltar a Éfeso, interessado na feitura do Evangelho decalcado nas recordações
de Maria.
Em Éfeso
Áquila e Prisca haviam retornado a
Corinto. Embora
pretendesse apenas manter algumas conversações mais longas com a filha
inesquecível de Nazaré, foi compelido a enfrentar a luta séria com os
cooperadores de João.
A sinagoga conseguira grande ascendente
político sobre a igreja da cidade, que ameaçava naufragar. O ex-rabino percebeu
o perigo e aceitou a luta, sem reservas. Durante três meses discutiu na
sinagoga, em todas as reuniões. A cidade, que se mantinha em dúvidas atrozes,
parecia alcançar uma compreensão mais elevada e mais rica de luzes.
Multiplicando as curas maravilhosas, Paulo, um dia, tendo imposto as mãos sobre
alguns doentes, foi rodeado por claridade indefinível do mundo espiritual. As
vozes santificadas, que se manifestavam em Jerusalém e Antioquia, falaram na
praça pública. Este fato teve enorme repercussão e deu maior autoridade aos argumentos
do apóstolo.
Ficou no trabalho em Éfeso mais de
dois anos.
Com as conversões e pregações de
Paulo o consumo de estatuetas e outros artefatos da deusa Diana tiveram
sua venda muito diminuída, ao que fez com que os artífices e ourives da cidade
fizessem uma revolta contra Paulo, não o encontrando em casa de Áquila,
destruíram tudo ali. Como Paulo estava em casa de outro amigo não o acharam.
Paulo vendo que se ficasse a revolta
dos ourives prejudicaria os seus amigos da igreja resolveu partir. Demorou-se
ainda em Éfeso até conseguir a liberdade dos detentos. E conseguido isso foi
para Trôade.
Em Trôade
Acompanhado
de alguns amigos chegou a Troâde, onde se demorou alguns dias.
Mas
a fadiga acentuava-se cada vez mais. As preocupações o enervavam. Tinha no
íntimo profunda desolação, que a insônia agravava dia a dia. Lembrando-se da
ternura dos irmãos de Felipes resolveu ali repousar alguns momentos.
Acompanhado
de alguns amigos dirigiu -se para Trôade, onde se demorou alguns dias,
edificando os irmãos na fé. A fadiga, entretanto, acentuava-se cada vez mais.
As preocupações enervaram-no. Experimentava no íntimo profunda desolação, que a
insônia agravava dia a dia. Paulo, que nunca esquecera a ternura dos irmãos de
Filipes, deliberou, então, procurar ali um abrigo, ansioso de repousar alguns
momentos.
Em Felipes
O Apóstolo foi acolhido com inequívocas provas
de carinho e consideração. Outra agradável surpresa ali o esperava: Lucas
encontrava-se acidentalmente na cidade e foi abraçá-lo. Esse encontro reanimou-lhe
o ânimo abatido. Avistando-se com o amigo, o médico alarmou-se. Paulo
pareceu-lhe extremamente debilitado, triste, não obstante a fé inabalável que
lhe nutria o coração e transbordava dos lábios.
Paulo sentia que seria a última vez
que descansaria em Felipes ao falar isso a Lucas o mesmo questionou por que.
Paulo disse que iria para o Ocidente ao que Lucas se ofereceu para ir junto a
Corinto. O que alegrou a Paulo.
Em Corinto
Começou
a planejar sua viagem a Roma. Resolveu escrever uma carta aos amigos romanos
que o antecedesse. Febe que teria que ir a Roma, de bom grado, levou o
documento.
Estava
tudo pronto para a partida para Roma, quando chegou Abdias, mensageiro de Tiago,
trazendo uma carta confidencial para Paulo.
Tiago
narrava na carta as novas perseguições aferradas que a igreja sofria. Confidenciou
que Pedro havia sido banido da cidade. A igreja fora assaltada por fariseus sem
consciência e só não sofrera depredações de maior vulto em virtude do respeito
que o povo lhe consagrara. O Sinédrio alegava necessidade de um entendimento
com Paulo a fim de conceder tréguas. Como Tiago considerava-se envelhecido e
cansado, sem a colaboração de Pedro temia sucumbir. Pedia então que Paulo fosse
a Jerusalém esclarecer o Sinédrio. Depois disso Paulo poderia ir para onde lhe agradasse.
Paulo refletiu se deveria atendê-lo ou não, levando em consideração as
diferenças que tinha com Tiago. Resolveu consultar o evangelho e abriu em : -
Concilia-te depressa com o teu adversário. Paulo resolveu atender ao pedido de
Tiago.
Na
noite em que recebeu a carta, Paulo sonhou com Jeziel e Abigail que lhe
disseram: - Não te inquiete, Paulo. É preciso ir a Jerusalém par ao testemunho
imprescindível. E disse ainda: - Tranquiliza-te, porque irás a Roma cumprir um
sublime dever, não porém, como queres, mas de acordo com os desígnios do
Altíssimo. E continuou: - Depois então, será a nossa união eterna em
Jesus-Cristo, para a divina tarefa do amor e da verdade à luz do Evangelho.
Paulo
ficou ainda três meses em Corinto, quando a Sinagoga principal de Acaia recebeu
secretas notificações de Jerusalém, nada menos que a eliminação de Paulo a
qualquer preço. Paulo percebeu a insídia e se despediu prudentemente dos coríntios
partindo com Lucas e Silas, a pé, para visitar as igrejas de Macedônia.
De Corinto
a Jerusalém
Por
toda parte pregou o evangelho convencido de que era a última vez que fixava
aquelas paisagens.
Foram
a Felipes depois a Trôade.
Adquirindo
em seguida um barco muito ordinário, Paulo e os discípulos prosseguiram a
viagem para Jerusalém, distribuindo consolações e socorros espirituais às
comunidades humildes e obscuras.
Em
Éfeso foi muito comovente sua estada. A própria Maria, avançada em anos,
acorrera de longe em companhia de João e outros discípulos, para levar uma
palavra de amor ao paladino intimorato do Evangelho de seu Filho. Os anciães
receberam-no com ardorosas demonstrações de amizade, as crianças ofereciam-lhe
merendas e flores.
A
viagem continuou Rodes, Pátara, Tiro, Ptolemaida e finalmente Cesaréia onde se
hospedam na casa de Felipe.
Ágabo
mediunizado faz dolorosos vaticínios.
Chega
um emissário de Tiago de nome Mnason que traz o pedido de Tiago de que por
prudência Paulo não procurasse de imediato a Igreja de Jerusalém, mas sim,
fosse a casa de Mnason que então Tiago lá iria encontra-lo.
Publicada por Graça Leite
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