segunda-feira, 8 de junho de 2015

CAP. IV: PRIMEIROS LABORES APOSTÓLICOS

Primeira Viagem Missionária do Apóstolo Paulo

http://www.nospassosdepaulo.com.br/p/paulo-vivo-hoje.html
Em Tarso
Três anos depois, Saulo encontrava-se transformado em rude operário e orgulhava-se de viver do modesto rendimento do seu árduo labor. Recebe, inesperada, visita de Barnabé.
Devido aos seus altos conhecimentos Saulo é convidado a ajudar na Igreja de Antioquia da Síria. A instituição, reclamava irmãos dedicados, que conhecessem profundamente a Lei de Moisés e o Evangelho de Jesus, a fim de não ser prejudicada a tarefa da iluminação intelectual.
Saulo aceita o convite de Barnabé com a condição de prosseguir com seu oficio de maneira a não ser pesado aos seus confrades.

Em Antioquia da Síria
O convertido ganhava o necessário para viver, consertava tapetes ou se ocupava no trabalho de tecelagem, tornando-se modelo no seio da nova Igreja. Optava pelos labores mais simples, jamais ocupava os primeiros lugares.
Geralmente, eram Barnabé e Manahen os pregadores mais destacados, ministrando o Evangelho às assembleias heterogêneas. Saulo de Tarso limitava-se a cooperar. Certa feita, fez o possível por conduzir as pregações gerais, mas a palavra, tão fácil noutros tempos, parecia retrair-se-lhe na garganta. Barnabé notou sua dificuldade. Por esse motivo, foi afastado discretamente da pregação e aproveitado noutros misteres.
Saulo, porém, compreendia que se não era possível regressar, de pronto ao labor da pregação, preparar-se-ia, de novo, para isso. Nesse intuito, retinha irmãos humildes na sua tenda de trabalho e, enquanto as mãos teciam com segurança, entabulava conversas sobre a missão do Cristo. À noite promovia palestras na Igreja com a cooperação de todos os presentes. Lia trechos da Lei e do Evangelho e estabelecia comparações.
Ali conheceu Trófimo e Tito que mal saía da infância. Foi um período de existência calma e bela.
A Igreja tornou-se venerável por suas obras de caridade e pelos fenômenos de que se constituíra organismo central. Viajantes ilustres visitavam-na cheios de interesse. Foi aí que surgiu, certa vez, um médico muito jovem, de nome Lucas. De passagem pela cidade, aproximou-se da Igreja animado por sincero desejo de aprender algo de novo. Sua atenção fixou-se na figura de Saulo, a ponto de apresentar-se desejoso de ouvi-lo, ao que o convertido diz que sua tenda está às ordens. O médico não perdeu uma oportunidade de ouvir Saulo enquanto esteve na cidade.
Lucas sugere a mudança do termo “homens do caminho” criando o novo: Cristãos. Que foi aceito com alegria geral.
Agabo era um médium, que inspirado pelas forças do plano superior, recebeu a mensagem referente às tristes provações de que Jerusalém seria vítima. Por insistência de Saulo, Barnabé expediu um mensageiro a Pedro, exortando-o à vigilância.
Após alguns meses da mensagem de Agabo, chegou um mensageiro narrando as perseguições, mortes, e a fome em Jerusalém.
Barnabé expôs os fatos e cotas de auxílio foram recolhidas, o ex-levita de Chipre se prontificou a levar, houve dificuldade na escolha de um companheiro, Saulo se ofereceu. Alegou que como trabalhava por conta própria poderia ir sem esquecer obrigações que ficavam à sua espera.
Passado dois dias Saulo e Barnabé demandaram a Jerusalém corajosamente.

Em Jerusalém
Imensas surpresas aguardavam os emissários de Antioquia, que já não encontraram Simão Pedro em Jerusalém. As autoridades haviam efetuado a prisão do ex-pescador de Cafarnaum, logo após a dolorosa execução de Tiago, filho de Zebedeu. Mas, dias depois, um anjo visitara o cárcere do Apóstolo, restituindo-o à liberdade.  Amargas provações haviam caído sobre a Igreja e seus discípulos.  Pedro estava, depois de milagrosa fuga do presídio, em Jope. João e Felipe haviam partido.
Na ausência de Pedro, Tiago, filho de Alfeu, assumiu e implementou várias modificações equiparando a Igreja às sinagogas. Barnabé e Paulo entregaram em silêncio o auxílio financeiro.
Tiago não os convidara para ficarem hospedados na “Casa do Caminho”. Assim, foram para a casa da irmã de Barnabé, Maria, onde ela expôs o desejo de que eles levassem seu filho João Marcos, para Antioquia a serviço e aprendizado do Evangelho. Saulo e Barnabé não se opuseram,  deixarem claro as dificuldades que ele encontraria e se certificarem da firmeza de sua decisão, assim com a concordância de João Marcos, dentro de poucos dias os três partiram para Antioquia.

Primeira viagem Missionária do Apóstolo Paulo
A missão apostólica, propriamente dita, tem início em Antioquia, entre os anos de 45 e 49. Saulo e Barnabé – seguidos do jovem João Marcos, partem para propagar a Boa Nova, em terras distantes (Atos dos Apóstolos, 12:25).

Em Antioquia da Síria
Fizeram planos, e com o consentimento da Igreja da Antioquia resolveram partir para Ilha de Chipre.
Partiram então para Selêucia para de lá pegar um barco para Chipre. 

Em Citium
Chegaram a Citium e permaneceram por muitos dias. Antes de saírem da cidade, foram, num sábado, a sinagoga para iniciar o movimento.  Barnabé como chefe da missão, tomou a palavra, mas foi excessivamente respeitoso com as tradições judaicas ao falar do Evangelho.  Saulo não concordou com essa postura, mas preferiu não fazer reparos a Barnabé pois temia ser ingrato e fugir a disciplina. Procurou resignar-se e esperar. A missão viajou numerosas localidades, entre vibrações de largas simpatias.
  
Em Amatonte
Ficaram mais de uma semana. Barnabé continuava com grande cuidado de não ofender os melindres Judaicos.

Em Nea-Pafos
Onde residia o Procônsul, Barnabé estava muito cansado, mas temeroso de passar a tarefa de ensino a Saulo de Tarso.
Barnabé estava muito inspirado, nunca houvera tanto interesse.
Começaram a pregar em casas particulares cedidas para tal mister, Saulo ficou infinitamente alegre com a chegada da extensa fileira dos filhos do calvário.
Extremamente cansado e achando que o auditório não exigiria muita erudição, Barnabé encarregou Saulo das pregações e ficou surpreso com o verbo do ex-rabino. Ele falava como alguém que houvesse convivido com o Jesus por muito tempo.
Barnabé e Saulo são convocados pelo Procônsul -  Sérgio Paulo, que era o romano curado por Estevão, no navio.
Na audiência Saulo e Barnabé ficam sabendo que Sérgio Paulo encontrava-se doente e que um judeu de nome Barjesus havia sido contratado para curar o Procônsul sem sucesso até aquele momento.
Saulo conta a Sergio Paulo como ele havia sido curado por Jeziel no barco. Esse fato causou extrema admiração no Procônsul. Por outro lado, Barjesus vendo que Saulo e Barnabé tomavam a direção dos acontecimentos os chama de mentirosos e de obreiros de Satanás, dando origem a acalorada discussão. Mais de hora e meia de discussão o mago Barjesus faz alusão mais ferina a Jesus. Então Saulo diz: A visão do corpo fechar-se-vos-à, para que possais divisar a verdade em espírito. Barjesus fica cego!
Saulo após algum tempo impõe as mãos em Barjesus e ele volta a enxergar. O próprio Saulo ficara assombrado pelo auxílio espiritual que obtivera.
Sérgio Paulo então se dispõe financiar o primeiro templo cristão.
Barnabé sugere que como Saulo fora batizado por Ananias deveria mudar de nome. Assim, o ex-rabino, em homenagem ao primeiro chefe político considerado por ele um benfeitor, passa a chamar-se Paulo.
Barjesus procura Paulo para comprar seu Sortilégio, ao que Paulo responde que o único sortilégio que funciona: É o da fé em Deus com sacrifício de nós mesmos.
João Marcos mostra várias vezes insatisfação, Paulo até se prontifica a cozinhar no lugar dele. Mas o mesmo continua insatisfeito.
Quando Barnabé e Paulo resolvem ir para Antioquia da Pisídia João Marcos não se conteve e protestou, mesmo com argumentações de Paulo o rapaz resolver voltar a Jerusalém. Barnabé sugere mudarem o itinerário para acompanhá-lo, porém Paulo não concorda. João Marcos volta sozinho.
Logo após o incidente, os dois missionários demandaram as estradas impérvias.
Paulo e Barnabé são assaltados, Paulo manda que dê tudo o que eles tinham aos assaltantes. Os assaltantes ao notarem os pergaminhos perguntam o que são. Paulo com presença de espírito diz que é um roteiro ao imenso tesouro do Cristo Jesus. Paulo diz a eles: - Quem encontrar este tesouro nunca mais sentirá necessidades. Os Ladrões levam o Evangelho.
Barnabé continua triste porque levaram o Evangelho. Paulo desabotoando a túnica, retirou alguma coisa que guardava junto ao coração: O Evangelho presenteado por Gamaliel.

Em Antioquia da Pisídia
Vencendo todos os obstáculos, chegaram a Antioquia, fundamente abatidos. Paulo febril, Barnabé com acessos de tosse.
Mesmo doente Paulo foi trabalhar em um tear. Barnabé emprega-se com Oleiro. Paulo prega na sinagoga agradando a muitos e desagradando alguns fariseus da assembleia.  A tenda de Ibraim e a olaria de Eustáquio foram locais de grandes  discussões e entendimentos; gente simples vinha solicitar-lhes oração e cópias do Evangelho e muitos enfermos se restabeleciam.
Paulo cai gravemente enfermo, esteve sob a influência maligna de uma febre devoradora. Barnabé e os novos amigos o trataram com ternura e dedicação. Os inimigos do evangelho se aproveitavam ironizando Paulo, uma vez que ele curava os outros e não a si mesmo. O tecelão após a convalescença voltou mais alvissareiro à pregação das verdades novas.
Observando-lhe a coragem os elementos judaicos ralados de despeito, ameaçaram Ibraim e Eustaquio de banimento e fim de regalias. Somente a retirada de Paulo e Barnabé poderia salva-los do cárcere e da flagelação. Paulo e Barnabé consideram a penosa situação dos amigos e resolveram partir.
Ficaram em Antioquia da Pisídia por mais de oito meses.

Em Icônio
Partiram então com cartas de recomendação de Eustáquio e vasta provisão de pequeninas lembranças dos companheiros de fé e puseram-se a caminho, do difícil percurso de mais de cem quilômetros até Icônio.
Foram recebidos por Eustáquio com hospitalidade, no sábado seguinte, antes de fixar-se no trabalho profissional foi na Sinagoga. Logo de início os Judeus ricos e instruídos na Lei de Moisés, desfecharam grande reação, houve tumultos. Por outro lado, os gentios receberam a palavra de Paulo com profundo interesse.
Os Israelitas aguardavam uma oportunidade para expulsa-los. Um incidente veio em auxilio a eles: Uma jovem noiva, chamada Tecla, apaixona-se por Paulo. Sua mãe era Teóclia, e Tamíris, o noivo.
Paulo ao ouvir a declaração de amor de Tecla diz a ela:  - Filha, os que se amam em espírito, unem-se em Cristo para a eternidade das emoções mais santas.
O noivo Tamíris escandalizado ao ouvir de Tecla suas intenções em relação a Paulo convoca-o a se explicar. Paulo diz: - Amigo, não te acabrunhes nem te exaltes, em face dos sucessos que se originam de profundas incompreensões. Tua noiva está simplesmente enferma. O noivo continuava a esbravejar e ofender a Paulo, quando o mesmo deu uma pausa pelo cansaço Paulo fez um gesto de despedida.  E foi embora falando: - Quando somos sinceros, estamos em repouso invulnerável; mas cada um aceita a verdade como pode. Pensa, pois e entende como puderes. E abandonou o recinto.
Os parentes não aceitaram a situação que consideravam um ultraje, e no mesmo dia as autoridade judaicas decretaram a prisão de Paulo. O Apóstolo foi encaminhado ao cárcere, onde sofreu o suplico dos trinta e nove açoites. Acusado de sedutor e inimigo das tradições da família, ao demais blasfemo e revolucionário. Depois de cinco dias de prisão com severos castigos, Paulo é Libertado.
O caso Tecla revestira proporções de grande escândalo, mas Paulo, na primeira noite de liberdade, reuniu a Igreja doméstica, fundada com Onesíforo, e esclareceu a situação, para conhecimento de todos.
Barnabé queria sair de Icônio, Paulo era contrário, pregaria em praça pública se necessário, mas Onesíforo alertou que como Tamíris dizia ser Paulo um feiticeiro, se Tecla fosse encontrada, por ser noiva, junto de Paulo seria condenada a fogueira. Paulo ao saber destes detalhes supersticiosos que poderiam prejudicar Tecla, não hesitou nem um minuto e decidiu partir no dia seguinte, apesar de estar com as mãos inchadas e o rosto ferido pelos açoites. Partiram então com carta de apresentação de Onesíforo para Listra.

Em Listra
Chegando a Listra a irmã de Onesíforo, velha viúva de um grego abastado, chamada Lóide os recebeu pródiga de gentilezas. Paulo queria trabalhar para não gerar maledicências, mas Lóide foi terminantemente contra.
Paulo observa com ternura a Timóteo, que tendo pouco mais de 13 anos, tomava os pergaminhos da Lei de Moisés e os Escritos Sagrados dos Profetas.
Listra estava cheia das mais estranhas lendas e crendices. A cidade não possuía Sinagoga apenas um pequeno templo consagrado a Júpiter.
Paulo atraindo a curiosidade de todos, subiu em uma tribuna improvisada em uma praça nua e começou a pregar.
Um mendigo, aleijado, aproximou-se de Paulo. Paulo contemplou-o e falou com autoridade: - Amigo, em nome de Jesus, levanta-te! O homem levantou-se com facilidade e o povo começou a achar que Barnabé era Júpiter e Paulo era Mercúrio descidos do Olimpo. Paulo falou que eram apenas criaturas mortais.
Um velho sacerdote surgiu convidando o povo ao cerimonial do sacrifício aos deuses vivos. Paulo grita com toda a força dos pulmões abrindo a túnica na altura do peito: - Não cometais sacrilégios!... Não somos deuses... Vede!... Somos simples criaturas de carne!...
Timóteo auxiliava em todos os misteres. Numerosas pessoas copiavam o Evangelho, durante o dia.
Os poucos Judeus de Listra resolveram consultar as autoridades de Icônio sobre os missionários. A resposta mudou tudo; o caso Tecla foi descrito com cores negras, eram acusados de blasfemos, feiticeiros, ladrões e sedutores de mulheres honestas. O assunto foi discutido “intramuros”. 
Foi deliberado então que o pregador fosse apedrejado na primeira ocasião que falasse em público.
No sábado seguinte, deixando Barnabé acamado por excesso de trabalho, foi com Timóteo a praça pública anunciar o Evangelho do Reino. Quando Paulo começou a falar uma chuva de pedras caiu sobre ele. Paulo se lembrou de Estevão. Certo, o mestre lhe reservara o mesmo gênero de morte de Estevão, para que se redimisse do mal infligido
Timóteo põe-se a gritar ao que Gaio lhe diz: - Cala-te se queres ser útil!... Gaio teve sua mãe curada por Paulo. Quando Paulo desmaiou Gaio gritou: - O feiticeiro está morto!...
Gaio então diz: - Levarei os despojos do bruxo. E arrastou, Paulo semimorto.
Latargão, inclinou-se como a verificar a morte do apedrejado, e observando cuidadosamente, que ele ainda vivia, gritou: - Deixemo-lo aos cães, que se incumbirão do resto! A multidão bateu em retirada.
Timóteo, Barnabé, Lóide e Eunice, que foram avisados por Gaio, vão ao socorro de Paulo. Para evitar agressões às duas senhoras, resolveram partir ao amanhecer.

Em Derbe
Ficariam mais de um ano, após penosa caminhada.
Embora trabalhando para ganhar o pão da vida, precisaram de seis meses para restabelecer a saúde comprometida sem despertar a curiosidade pública.
Só refeitos dos abalos sofridos, recomeçaram a Boa Nova do Reino de Jesus, visitando arredores, provocaram grande interesse da gente simples. Pequenas comunidades cristãs foram fundadas em ambiente de muitas alegrias. Após muito tempo de labor, resolveram retornar ao núcleo original do seu esforço.

Publicada por Graça Leite



Nenhum comentário:

Postar um comentário