CAP. IV: PRIMEIROS LABORES APOSTÓLICOS
Primeira Viagem Missionária do Apóstolo Paulo
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Em Tarso
Três
anos depois, Saulo encontrava-se transformado em rude operário e orgulhava-se
de viver do modesto rendimento do seu árduo labor. Recebe, inesperada, visita
de Barnabé.
Devido aos seus altos conhecimentos Saulo
é convidado a ajudar na Igreja de Antioquia da Síria. A instituição, reclamava
irmãos dedicados, que conhecessem profundamente a Lei de Moisés e o Evangelho de
Jesus, a fim de não ser prejudicada a tarefa da iluminação intelectual.
Saulo aceita o convite de Barnabé com a
condição de prosseguir com seu oficio de maneira a não ser pesado aos seus
confrades.
Em
Antioquia da Síria
O convertido ganhava o necessário
para viver, consertava tapetes ou se ocupava no trabalho de tecelagem,
tornando-se modelo no seio da nova Igreja. Optava pelos labores mais simples,
jamais ocupava os primeiros lugares.
Geralmente, eram
Barnabé e Manahen os pregadores mais destacados, ministrando o Evangelho às
assembleias heterogêneas. Saulo de Tarso limitava-se a cooperar. Certa feita,
fez o possível por conduzir as pregações gerais, mas a palavra, tão fácil
noutros tempos, parecia retrair-se-lhe na garganta. Barnabé notou sua
dificuldade. Por esse motivo, foi afastado discretamente da pregação e
aproveitado noutros misteres.
Saulo, porém, compreendia que se não era
possível regressar, de pronto ao labor da pregação, preparar-se-ia, de novo,
para isso. Nesse intuito, retinha irmãos humildes na sua tenda de trabalho e,
enquanto as mãos teciam com segurança, entabulava conversas sobre a missão do
Cristo. À noite promovia palestras na Igreja com a cooperação
de todos os presentes. Lia trechos da Lei e do Evangelho e estabelecia
comparações.
Ali conheceu Trófimo e Tito que
mal saía da infância. Foi um período de existência calma e bela.
A
Igreja tornou-se venerável por suas obras de caridade e pelos fenômenos de que
se constituíra organismo central. Viajantes ilustres visitavam-na cheios de
interesse. Foi aí que surgiu, certa vez, um médico muito jovem,
de nome Lucas. De passagem pela cidade, aproximou-se da Igreja animado por
sincero desejo de aprender algo de novo. Sua atenção fixou-se na figura de
Saulo, a ponto de apresentar-se desejoso de ouvi-lo, ao
que o convertido diz que sua tenda está às ordens. O médico não perdeu uma
oportunidade de ouvir Saulo enquanto esteve na cidade.
Lucas sugere a mudança do termo
“homens do caminho” criando o novo: Cristãos. Que foi aceito com alegria geral.
Agabo era um médium, que inspirado
pelas forças do plano superior, recebeu a mensagem referente às tristes
provações de que Jerusalém seria vítima. Por insistência de Saulo, Barnabé
expediu um mensageiro a Pedro, exortando-o à vigilância.
Após alguns meses da mensagem de
Agabo, chegou um mensageiro narrando as perseguições, mortes, e a fome em
Jerusalém.
Barnabé expôs os fatos e cotas de
auxílio foram recolhidas, o ex-levita de Chipre se prontificou a levar, houve
dificuldade na escolha de um companheiro, Saulo se ofereceu. Alegou que como
trabalhava por conta própria poderia ir sem esquecer obrigações que ficavam à
sua espera.
Passado dois dias Saulo e Barnabé
demandaram a Jerusalém corajosamente.
Em
Jerusalém
Imensas surpresas aguardavam os
emissários de Antioquia, que já não encontraram Simão Pedro em Jerusalém. As
autoridades haviam efetuado a prisão do ex-pescador de Cafarnaum, logo após a
dolorosa execução de Tiago, filho de Zebedeu. Mas, dias depois, um anjo
visitara o cárcere do Apóstolo, restituindo-o à liberdade. Amargas provações haviam caído sobre a Igreja
e seus discípulos. Pedro estava, depois
de milagrosa fuga do presídio, em Jope. João e Felipe haviam partido.
Na ausência de Pedro, Tiago, filho de
Alfeu, assumiu e implementou várias modificações equiparando a Igreja às
sinagogas. Barnabé e Paulo entregaram em silêncio o auxílio financeiro.
Tiago não os convidara para ficarem
hospedados na “Casa do Caminho”. Assim, foram para a casa da irmã de Barnabé,
Maria, onde ela expôs o desejo de que eles levassem seu filho João Marcos, para
Antioquia a serviço e aprendizado do Evangelho. Saulo e Barnabé não se opuseram,
deixarem claro as dificuldades que ele
encontraria e se certificarem da firmeza de sua decisão, assim com a
concordância de João Marcos, dentro de poucos dias os três partiram para Antioquia.
Primeira viagem
Missionária do Apóstolo Paulo
A
missão apostólica, propriamente dita, tem início em Antioquia, entre os anos de
45 e 49. Saulo e Barnabé – seguidos do jovem João Marcos, partem para propagar
a Boa Nova, em terras distantes (Atos dos Apóstolos, 12:25).
Em Antioquia da Síria
Fizeram planos, e com o consentimento
da Igreja da Antioquia resolveram partir para Ilha de Chipre.
Partiram então para Selêucia para de lá pegar um
barco para Chipre.
Em Citium
Chegaram a Citium e permaneceram por muitos dias.
Antes de saírem da cidade, foram, num sábado, a sinagoga para iniciar o
movimento. Barnabé como chefe da missão, tomou a palavra, mas foi
excessivamente respeitoso com as tradições judaicas ao falar do Evangelho. Saulo
não concordou com essa postura, mas preferiu não fazer reparos a Barnabé
pois temia ser ingrato e fugir a disciplina. Procurou resignar-se e esperar. A
missão viajou numerosas localidades, entre vibrações de largas simpatias.
Em
Amatonte
Ficaram mais de uma semana. Barnabé continuava com
grande cuidado de não ofender os melindres Judaicos.
Em
Nea-Pafos
Onde residia o Procônsul, Barnabé estava muito
cansado, mas temeroso de passar a tarefa de ensino a Saulo de Tarso.
Barnabé estava muito inspirado,
nunca houvera tanto interesse.
Começaram a pregar em casas
particulares cedidas para tal mister, Saulo ficou infinitamente alegre com a
chegada da extensa fileira dos filhos do calvário.
Extremamente cansado e achando
que o auditório não exigiria muita erudição, Barnabé encarregou Saulo das
pregações e ficou surpreso com o verbo do ex-rabino. Ele falava como alguém que
houvesse convivido com o Jesus por muito tempo.
Barnabé e Saulo são convocados pelo Procônsul
- Sérgio Paulo, que era o romano curado por Estevão, no navio.
Na audiência Saulo e Barnabé
ficam sabendo que Sérgio Paulo encontrava-se doente e que um judeu de nome Barjesus
havia sido contratado para curar o Procônsul sem sucesso até aquele momento.
Saulo conta a Sergio Paulo como ele havia sido
curado por Jeziel no barco. Esse fato causou extrema admiração no Procônsul.
Por outro lado, Barjesus vendo que Saulo e Barnabé tomavam a direção dos
acontecimentos os chama de mentirosos e de obreiros de Satanás, dando origem a
acalorada discussão. Mais de hora e meia de discussão o mago Barjesus faz
alusão mais ferina a Jesus. Então Saulo diz: A visão do corpo fechar-se-vos-à,
para que possais divisar a verdade em espírito. Barjesus fica cego!
Saulo após algum tempo impõe as mãos em Barjesus e
ele volta a enxergar. O próprio Saulo ficara assombrado pelo auxílio espiritual
que obtivera.
Sérgio Paulo então se dispõe financiar o primeiro
templo cristão.
Barnabé sugere que como Saulo fora batizado por
Ananias deveria mudar de nome. Assim, o ex-rabino, em homenagem ao primeiro
chefe político considerado por ele um benfeitor, passa a chamar-se Paulo.
Barjesus procura Paulo para comprar seu Sortilégio,
ao que Paulo responde que o único sortilégio que funciona: É o da fé em Deus
com sacrifício de nós mesmos.
João Marcos mostra várias vezes insatisfação, Paulo
até se prontifica a cozinhar no lugar dele. Mas o mesmo continua insatisfeito.
Quando Barnabé e Paulo resolvem ir para Antioquia
da Pisídia João Marcos não se conteve e protestou, mesmo com argumentações de
Paulo o rapaz resolver voltar a Jerusalém. Barnabé sugere mudarem o itinerário
para acompanhá-lo, porém Paulo não concorda. João Marcos volta sozinho.
Logo após o incidente, os dois missionários demandaram
as estradas impérvias.
Paulo e Barnabé são
assaltados, Paulo manda que dê tudo o que eles tinham aos assaltantes. Os
assaltantes ao notarem os pergaminhos perguntam o que são. Paulo com presença
de espírito diz que é um roteiro ao imenso tesouro do Cristo Jesus. Paulo diz a
eles: - Quem encontrar este tesouro nunca mais sentirá necessidades. Os Ladrões
levam o Evangelho.
Barnabé continua
triste porque levaram o Evangelho. Paulo desabotoando a túnica, retirou alguma
coisa que guardava junto ao coração: O Evangelho presenteado por Gamaliel.
Em Antioquia da Pisídia
Vencendo todos os
obstáculos, chegaram a Antioquia, fundamente abatidos. Paulo febril, Barnabé
com acessos de tosse.
Mesmo doente Paulo foi trabalhar
em um tear. Barnabé emprega-se com Oleiro. Paulo prega na sinagoga agradando a
muitos e desagradando alguns fariseus da assembleia. A tenda de Ibraim e
a olaria de Eustáquio foram locais de grandes discussões e entendimentos;
gente simples vinha solicitar-lhes oração e cópias do Evangelho e muitos
enfermos se restabeleciam.
Paulo cai gravemente enfermo,
esteve sob a influência maligna de uma febre devoradora. Barnabé e os novos
amigos o trataram com ternura e dedicação. Os inimigos do evangelho se
aproveitavam ironizando Paulo, uma vez que ele curava os outros e não a si
mesmo. O tecelão após a convalescença voltou mais alvissareiro à pregação das
verdades novas.
Observando-lhe a coragem os
elementos judaicos ralados de despeito, ameaçaram Ibraim e Eustaquio de
banimento e fim de regalias. Somente a retirada de Paulo e Barnabé poderia
salva-los do cárcere e da flagelação. Paulo e Barnabé consideram a penosa
situação dos amigos e resolveram partir.
Ficaram em Antioquia da Pisídia
por mais de oito meses.
Em Icônio
Partiram então com cartas de
recomendação de Eustáquio e vasta provisão de pequeninas lembranças dos
companheiros de fé e puseram-se a caminho, do difícil percurso de mais de cem quilômetros
até Icônio.
Foram recebidos por Eustáquio com
hospitalidade, no sábado seguinte, antes de fixar-se no trabalho profissional
foi na Sinagoga. Logo de início os Judeus ricos e instruídos na Lei de Moisés,
desfecharam grande reação, houve tumultos. Por outro lado, os gentios receberam
a palavra de Paulo com profundo interesse.
Os Israelitas aguardavam uma
oportunidade para expulsa-los. Um incidente veio em auxilio a eles: Uma jovem
noiva, chamada Tecla, apaixona-se por Paulo. Sua mãe era Teóclia, e Tamíris, o
noivo.
Paulo ao ouvir a declaração de amor
de Tecla diz a ela: - Filha, os que se amam em espírito, unem-se em
Cristo para a eternidade das emoções mais santas.
O noivo Tamíris escandalizado ao
ouvir de Tecla suas intenções em relação a Paulo convoca-o a se explicar. Paulo
diz: - Amigo, não te acabrunhes nem te exaltes, em face dos sucessos que se
originam de profundas incompreensões. Tua noiva está simplesmente enferma. O
noivo continuava a esbravejar e ofender a Paulo, quando o mesmo deu uma pausa
pelo cansaço Paulo fez um gesto de despedida. E foi embora falando: -
Quando somos sinceros, estamos em repouso invulnerável; mas cada um aceita a
verdade como pode. Pensa, pois e entende como puderes. E abandonou o recinto.
Os parentes não aceitaram a situação
que consideravam um ultraje, e no mesmo dia as autoridade judaicas
decretaram a prisão de Paulo. O Apóstolo foi encaminhado ao cárcere, onde
sofreu o suplico dos trinta e nove açoites. Acusado de sedutor e inimigo das
tradições da família, ao demais blasfemo e revolucionário. Depois de cinco dias
de prisão com severos castigos, Paulo é Libertado.
O caso Tecla revestira proporções de
grande escândalo, mas Paulo, na primeira noite de liberdade, reuniu a Igreja
doméstica, fundada com Onesíforo, e esclareceu a situação, para conhecimento de
todos.
Barnabé queria sair de Icônio, Paulo
era contrário, pregaria em praça pública se necessário, mas Onesíforo alertou
que como Tamíris dizia ser Paulo um feiticeiro, se Tecla fosse encontrada, por
ser noiva, junto de Paulo seria condenada a fogueira. Paulo ao saber
destes detalhes supersticiosos que poderiam prejudicar Tecla, não hesitou nem
um minuto e decidiu partir no dia seguinte, apesar de estar com as mãos
inchadas e o rosto ferido pelos açoites. Partiram então com carta de
apresentação de Onesíforo para Listra.
Em Listra
Chegando a Listra a irmã de
Onesíforo, velha viúva de um grego abastado, chamada Lóide os recebeu pródiga
de gentilezas. Paulo queria trabalhar para não gerar maledicências, mas Lóide
foi terminantemente contra.
Paulo observa com ternura a
Timóteo, que tendo pouco mais de 13 anos, tomava os pergaminhos da Lei de
Moisés e os Escritos Sagrados dos Profetas.
Listra estava cheia das mais
estranhas lendas e crendices. A cidade não possuía Sinagoga apenas um pequeno
templo consagrado a Júpiter.
Paulo atraindo a curiosidade de
todos, subiu em uma tribuna improvisada em uma praça nua e começou a pregar.
Um mendigo, aleijado,
aproximou-se de Paulo. Paulo contemplou-o e falou com autoridade: - Amigo, em
nome de Jesus, levanta-te! O homem levantou-se com facilidade e o povo começou
a achar que Barnabé era Júpiter e Paulo era Mercúrio descidos do Olimpo. Paulo
falou que eram apenas criaturas mortais.
Um velho sacerdote surgiu convidando
o povo ao cerimonial do sacrifício aos deuses vivos. Paulo grita com toda a
força dos pulmões abrindo a túnica na altura do peito: - Não cometais
sacrilégios!... Não somos deuses... Vede!... Somos simples criaturas de
carne!...
Timóteo auxiliava em todos os
misteres. Numerosas pessoas copiavam o Evangelho, durante o dia.
Os poucos Judeus de Listra
resolveram consultar as autoridades de Icônio sobre os missionários. A resposta
mudou tudo; o caso Tecla foi descrito com cores negras, eram acusados de
blasfemos, feiticeiros, ladrões e sedutores de mulheres honestas. O assunto foi
discutido “intramuros”.
Foi deliberado então que o
pregador fosse apedrejado na primeira ocasião que falasse em público.
No sábado seguinte, deixando
Barnabé acamado por excesso de trabalho, foi com Timóteo a praça pública
anunciar o Evangelho do Reino. Quando Paulo começou a falar uma chuva de pedras
caiu sobre ele. Paulo se lembrou de Estevão. Certo, o mestre lhe reservara o
mesmo gênero de morte de Estevão, para que se redimisse do mal infligido
Timóteo põe-se a gritar ao que
Gaio lhe diz: - Cala-te se queres ser útil!... Gaio teve sua mãe curada por
Paulo. Quando Paulo desmaiou Gaio gritou: - O feiticeiro está morto!...
Gaio então diz: - Levarei os
despojos do bruxo. E arrastou, Paulo semimorto.
Latargão, inclinou-se como a
verificar a morte do apedrejado, e observando cuidadosamente, que ele ainda
vivia, gritou: - Deixemo-lo aos cães, que se incumbirão do resto! A multidão
bateu em retirada.
Timóteo, Barnabé, Lóide e Eunice,
que foram avisados por Gaio, vão ao socorro de Paulo. Para evitar agressões às
duas senhoras, resolveram partir ao amanhecer.
Em Derbe
Ficariam mais de um ano, após
penosa caminhada.
Embora trabalhando para ganhar o
pão da vida, precisaram de seis meses para restabelecer a saúde comprometida
sem despertar a curiosidade pública.
Só refeitos dos abalos sofridos,
recomeçaram a Boa Nova do Reino de Jesus, visitando arredores, provocaram
grande interesse da gente simples. Pequenas comunidades cristãs foram fundadas
em ambiente de muitas alegrias. Após muito tempo de labor, resolveram retornar
ao núcleo original do seu esforço.
Publicada por Graça Leite
Publicada por Graça Leite
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