domingo, 28 de junho de 2015

DAMASCO



DAMASCO

Conhecida como “Cidade do Jasmim”, Al-Fayha’a, “a cidade perfumada”, Al-Sham, Jollaq, “a rainha das águas”, “dos céus benditos”, “a esmeralda do deserto” e “Pérola do Oriente”, como a denominou o Imperador Juliano, Damasco é a capital da Síria e um dos 14 distritos do país. O distrito de Damasco é administrado por um governador indicado pelo Ministro do Interior. Tem ocupado posição de importância nas áreas de cultura, ciência, política, comércio, arte e indústria, desde os primeiros tempos.


Referências geográficas
Centro importante dos povos do deserto, Damasco conta com 4,5, ou 4,8, milhões de habitantes. A maioria da sua população urbana é originária de migração rural. Localiza-se no oásis de Ghutah, (Ghouta ou al- Guta), um dos mais férteis do mundo. Oásis com dois rios, sendo o mais importante o Barada que se bifurca em sete braços, cruza e abastece a cidade. Situada a nordeste do lago da Galiléia e ao sudeste da Síria, num planalto nos sopés orientais da cordilheira Antilíbano, a 680, ou 690, metros acima do nível do mar. É limitada pela citada cordilheira a oeste e pelo deserto da Síria a leste. Apesar de estar localizada a oitenta quilômetros da costa oriental do mar Mediterrâneo, a cadeia montanhosa a isola do litoral, e a cidade expande-se, então, para leste. O clima é semiárido. Os verões são quentes e os invernos, amenos. O árabe é a língua oficial da região.
O núcleo da cidade é constituído pela cidade antiga, a Cidadela, uma cidade dentro da cidade. Tombada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a cidade velha é cercada por grande muralha romana de sete portas: a porta da libertação; a porta dos pomares ou do paraíso; a porta da paz; o “Touma” ou Thomas portão; Eastem Gate; Bab Kisan (por onde se deu a fuga de Saulo de Tarso); e o portão pequeno, Bab al-Jabiya.
 Muitos dos caminhos são enfeitados com colunas e arcos de triunfo. A extensa cidade velha abrange: um gigantesco mercado; um grande bairro mulçumano; um bairro cristão, menor; e uma minúscula zona judaica. A cidade moderna fica a oeste da antiga Damasco, onde estão situadas a maior parte das embaixadas, as universidades e alguns monumentos e edifícios.
Maior metrópole da Síria, Damasco disputa, com Jericó e Biblos, o título de mais antiga cidade habitada, continuamente, no mundo; sendo a cidade-capital mais antiga do planeta. Há registros de moradores desde 5000 a. C. Por pesquisa realizada em Tell Ramad, nos arredores de Damasco, foi sugerido que o local pode ter sido ocupado desde a segunda metade do sétimo milênio a. C., cerca de 6.300 a. C. Entretanto há evidências de assentamentos que remontam de 9.000 a. C., embora não conste a presença de grandes assentamentos, dentro dos muros de Damasco, até o segundo milênio a. C.
Antigas referências a Damasco, como as tábuas de Ebla, informam que a cidade teve imensa influência econômica durante três milênios a. C.; que Damasco foi habitada desde os tempos pré-históricos e que sua história começa na época de Uz, neto de Noé.  Consta que foi capital do Reino Arameu no século XI a. C. Os arameus, ou aramites, eram nômades semitas, aportados através da península Arábica. Consta, ainda, que foram os habitantes originais de Damasco e muitas aldeias, nos seus arredores, são conhecidas por nomes aramaicos.

Cidade antiga de Damasco

Referências históricas
A primeira referência histórica data do século XV a. C., quando foi conquistada pelo Faraó Tutmósis III. No século X a. C. Damasco esteve em guerra com outros reinos, incluindo hebreus, e foi governada por israelitas. Na história antiga, Nicolaus de Damasco faz uma referência a reinado de Abraão em Damasco, referindo-se, inclusive, a uma aldeia chamada ‘habitação de Abraão’. Consta que Damasco foi parte da antiga província de Amurru no reino dos Hicsos, durante 1720 a 1570 a. C. Todavia, os primeiros registros egípcios são as Cartas de Amarna de 1350 a. C.
Há informações que, por volta de 1260 a. C., a região de Damasco, assim como toda a Séria, tornou-se um campo de batalha entre os hititas ao norte e os egípcios ao sul, terminando com um tratado; sendo entregue o controle da área de Damasco a Ramsés II, em 1259 a. C. A chegada dos Povos do Mar, cerca de 1200 a. C., marcou, na região, a transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro, afetando a população dos grandes centros da Síria antiga, contribuindo, todavia, para que Damasco surgisse como um centro influente.
Em 732 a. C., Tiglath-Pileser II fez dela uma parte do império assírio. Após alguns anos, com a queda da capital assíria, Nínive, o reino de Damasco permaneceu sob o domínio de vários povos durante centenas de anos, caindo sob o Império Neo-Babilônio de Nabucodonosor, a partir de 572 a. C., domínio que chegou ao fim em 538 a. C., quando Ciro, rei dos persas, capturou-a, fazendo dela a capital persa da província da Síria. Foi conquistada em 333, ou 332, a. C., por Parménio, um dos generais de Alexandre o Grande; e, após a morte de Alexandre, em 323 a. C., tornou-se disputada entre os impérios Selêucidas e Ptolomeu. Quando o poder selêucida diminuiu, Tigranes da Armênia tomou Damasco.
Após o domínio de vários povos, inclusive, os gregos; os romanos, sob o comando de Pompeu, ocuparam Damasco, incorporando-o à liga das dez cidades, conhecidas como Decápolis, por ser importante centro de cultura greco-romana. No ano 37, o imperador romano Calígula transferiu Damasco, por decreto, para controle Nabataean. Por volta de 106, Nabataea foi conquistada pelos romanos e Damasco passou novamente ao controle do império romano.
 Colonizada pela primeira vez no início do II século, isto é, em 222, pelo Imperador Septímio Severo, Damasco tornou-se uma metrópole. Com a vinda da Pax Romana, começou a prosperar com as rotas de comércio do Sul da Arábia, Palmira, Petra, e as rotas de seda da China. Após a separação do Império Romano, em 395, tornou-se uma capital provincial do Império Bizantino. Os árabes a ocuparam em 635. Em 636, sob o domínio dos mulçumanos, houve uma mudança drástica para a cidade, passando de Bizâncio e do Cristianismo para o Oriente e ao Islão.
Como capital do Califado Omíada, de 661 até 750, teve início sua época de ouro, que durou um século. Após a vitória da dinastia Abássida, a sede do poder islâmico mudou-se para Bagdá, acabando sua época áurea. Passou depois por vários reinos e califados; o mais importante foi o Califado Fatímida; voltando ao tempo de glória quando foi conquistada por Saladino, iniciando a dinastia Aiúbida. Posteriormente, foi conquistada por novos egípcios, os Karmathians e os turcos seljúcidas, em 1076.
Após a invasão mongol, tornou-se capital do reino mameluco de 1260 até 1516. Em 1516, Damasco passou para o domínio dos turcos otomanos, permanecendo por 400 anos, até a Primeira Guerra Mundial.
Em 1918, Damasco foi libertada por um contingente árabe sob o comando do General Allendy, do Exército Britânico. Em 1919, foi formado o Congresso Nacional Sírio sob o patronato de Emir Faisal, que foi declarado rei da Síria; mas, no ano seguinte, em 1920, foi derrotado pelos franceses em nome da Liga das Nações. De 1925 a 1926, Damasco se juntou aos drusos contra os franceses e, após forte resistência, foi proclamada independente, pelo general francês Catroux.
Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças francesas livres, e britânicas, entraram em Damasco, que se tornou a capital da Síria independente em 1941, independência que só surtiu efeito a partir de 1946. Em 1958, a Síria e o Egito se uniram para formar a República Árabe Unida, tendo Cairo como capital, e Damasco como a capital da região da Síria. A Síria se retirou da República Árabe Unida em 1961.

A Rua Direita (ou Via Recta) foi construida pelos Romanos, e ha 2.000 anos atras ela tinha cerca de 26 metros de largura, e 1 quilometro e meio de cumprimento, cruzando toda cidade de Damasco de Leste a Oeste, e era conhecida pelos Romanos como a Estrada do Sol.

Referências econômicas
A economia de Damasco baseia-se essencialmente de produtos alimentícios, vestuários e material impresso. A cidade possui uma tradição artesanal de importância considerável, produzindo têsteis de alta qualidade, sedas, artigos de couro, filigrana de ouro, objetos em prata, peças de madeira com entalhes e artigos de cobre e de latão. 

Referências educacionais –
Damasco é o principal centro de educação do país; e a Universidade de Damasco é a mais antiga e maior universidade da Síria. E após a promulgação da legislação que permitiu instituições privadas secundárias, várias novas universidades se estabeleceram na cidade e nas adjacências.

Referências à cultura e a centros culturais –
A corrupção é generalizada, mas nos últimos anos tem sido combatida pelo governo e por organizações não governamentais. Pechinchar é comum, especialmente nos tradicionais souks.
As tradições culturais são mulçumanas. Há muitas obras da arquitetura islâmicas em Damasco. Sua mais notável construção é a Grande Mesquita ou Mesquita de Umayyad, ou Omayyad. Construída no ano de 705, século VIII d. C., é coroada com esplêndida cúpula, torres elevadas e um grande número de minaretes, um dos quais é conhecido como “Minarete de Jesus”; porque, segundo a tradição islâmica, Jesus aparecerá no alto deste minarete no dia do Juízo Final. No lado sul da mesquita, na viga superior de uma porta, há uma inscrição em grego que diz: “Teu reino, Ó Cristo, é um reino eterno”. Há um santuário na mesquita que dizem ter sido construído para conter a cabeça de João Batista.
Há, também, outros grandes e importantes marcos como: o Azem Palace, construído em 1749, é o mais belo exemplo da arquitetura de Damasco, abriga o Museu de Artes e Tradições Populares da Síria, o prédio foi construído com basalto preto e rochas sedimentares brancas; o Museu Nacional da Síria; o Museu Militar; o Museu de Caligrafia Árabe; a Igreja de Santo Ananias, capela baixa semelhante a uma caverna, abaixo do nível da rua, foi construída no porão da casa de Ananias, onde cristãos do mundo inteiro se encontram para meditar a experiência de conversão do apóstolo Paulo; o Damasco Cidadela; os Souqs Velhos como Al – Hamidieyed e Pasha Midhat; Bimaristan Al – Nory; o Mausoléu de Saladin, ou de Saladino, erguido em 1196; a Igreja de São Paulo, construída no local onde o apóstolo fugiu dos seus perseguidores, num cesto de vime, que conserva o ambiente genuíno no qual Paulo de Tarso viveu; e a mesquita Takiyyeh Al – Sulaymaniyyeh, construída em estilo otomano, em 1554, suas camadas de pedras pretas e brancas e os longos minaretes impressionam; o Bimaristan Nur er Din, fundado em 1154, monumento da cidade antiga, como hospital-escola de medicina.
A Cidade Antiga de Damasco, bem como o Sítio de Palmira, é Patrimônio Mundial da Síria.  Em 2008, Damasco foi escolhida como a Capital Árabe da Cultura.

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Capela de Ananias - Rua Direita

Referências sobre religiões  
A maioria dos damascenos, ou 75%, são mulçumanos sunitas. Acredita-se que há mais de mil mesquitas em Damasco, sendo mais famosa a Mesquita dos Omíadas. Fora dos muros da cidade velha, às margens do rio Barada que corta a cidade em duas, sobre a antiga residência de Soleimán O Magnífico, datada de 1516, fica a mesquita com o seu nome. Há alguns bairros cristãos, como Bab Touma, e muitas igrejas, principalmente a antiga igreja de São Paulo de Hahanya. Grande número de igrejas e mosteiros foi construído no período bizantino.

Referências sobre transportes
Damasco está ligada ao Líbano, ao Iraque, à Jordânia e à Turquia, assim como ao resto do país, através de aotoestradas modernas. O Aeroporto Internacional de Damasco fica a vinte quilômetros a leste da cidade com conexões com o mundo árabe, países da Ásia, da Europa e da África e, recentemente, com cidades sul-americanas. O transporte público depende grandemente de micro-ônibus. Há cerca de cem linhas que operam no centro da cidade e algumas delas se estendem até os subúrbios próximos.

Referências sobre os arredores de Damasco
Nas adjacências de Damasco, há localidades que vale a pena visitar: Malula e Seydnaya. Os habitantes de Malula falam o arameu, a língua de Jesus, que é falada, também, em dois povoados vizinhos: Jabadin e Bejaa, onde se encontra os monastérios de São Sergius e de Santa Tecla.
Ao sul de Damasco, se localiza o Santuário de Saida Zainab, cujo interior é todo decorado de prata e ouro. Outra cidade que vale a pena visitar é Zabadani, ao norte de Damasco.

Contribuição de Irinéa Pereira Gomes


CAP. VII: AS EPÍSTOLAS


Segunda viagem Missionária do Apóstolo Paulo – Parte II

Atenas

Em Atenas
Timóteo chegara de Corinto, carregado de boas notícias: Áquila e Prisca estavam na Capital da Acaia (Corinto). Paulo então movido por recordações de Jeziel e Abigail e com vontade de encontrar o casal resolveu partir.

Corinto

Em Corinto
Áquila e Prisca narraram suas experiências, vitórias e suplícios em Roma.
Paulo expôs ao casal que pretendia fundar uma igreja em Corinto ao que o casal se colocou à disposição  para todos os serviços.
O ex-rabino recebeu vários enviados de Tessalônica, Beréia e outros pontos onde fundara igrejas. Todos tinham assuntos urgentes que requeriam delicadas intervenções da parte de Paulo.  Silas e Timóteo foram convocados, devido a impossibilidade de atender todos.
Confortado pelo concurso dos amigos, Paulo falou, pela primeira vez, na sinagoga. Sua palavra vibrante logrou êxito extraordinário. Judeus e gregos falaram de Jesus com entusiasmo. O tecelão foi convidado a pros seguir nos comentários religiosos, semanalmente.
Mas tão logo começou a abordar as relações existentes entre a Lei e o Evangelho, repontaram os atritos. Os israelitas não toleravam a superioridade de Jesus sobre Moisés, e, se consideravam o Cristo como profeta da raça, não o suportavam como Salvador.
Alguns israelitas mais exaltados quiseram agredi -lo, provocando tumulto. Mas um romano de nome Tito Justo, aproximou-se e estendeu-lhe os braços de amigo. Paulo pôde sair incólume do recinto, encaminhando-se para a residência do benfeitor, que pôs à sua disposição todos os elementos imprescindíveis à organização de uma igreja ativa.
Foi adquirida uma casa para início dos serviços religiosos. Áquila e Prisca foram os principais colaboradores além de Lóide e Eunice.
A igreja de Corinto começou a produzir os frutos mais ricos de espiritualidade.)
Quase diariamente chegavam emissários das - regiões mais afastadas. Eram portadores da Galácia a pedirem providências para as igrejas de Pisídia; companheiros de Icônio, de Listra, de Tessalônica, de Chipre, de Jerusalém. Os assuntos eram urgentes quão variados. Aos poucos, compreendeu que não bastava enviar emissários.
Entregou-se a oração e ouviu uma voz: - Não temas prossegue ensinando a verdade e não te cales, porque estou contigo.
O Apostolo aproveitando o ensejo pensou em seus problemas e a voz disse: - Não te atormentes com as necessidades do serviço. É natural que não possas assistir pessoalmente a todos, ao mesmo tempo. Mas é possível a todos satisfazeres, simultaneamente, pelos poderes do espírito.  E a voz continuou: - Poderás resolver o problema escrevendo a todos os irmãos em meu nome: os de boa vontade saberão compreender, porque o valor da tarefa não está na presença pessoal do missionário, mas no conteúdo espiritual do seu verbo, da sua exemplificação e da sua vida. Doravante, Estevão  permanecerá mais conchegado a ti, transmitindo-te meus pensamentos, e o trabalho de evangelização poderá ampliar-se em benefício dos sofrimentos e das necessidades do mundo.
Ao fazer a primeira Epistola recordou que o mestre lhe prometera associar Estevão à tarefa, julgou não dever atuar por si só e chamou Timóteo e Silas para redigir a primeira de suas epístolas.
Os israelitas pobres encontravam na igreja um lar generoso, onde Deus se lhes manifestava em demonstrações de bondade, ao contrário das sinagogas, em cujo recinto, em vez de pão para a fome voraz, de bálsamo para as chagas do corpo e da alma, encontravam apenas a rispidez de preceitos tirânicos, nos lábios de sacerdotes sem piedade. A sinagoga esvaziava-se.
Os Judeus de Corinto tramaram um movimento terrível de perseguição ao Apóstolo.
Abriu-se um processo contra Paulo. Na época Júnio Gaio era o procônsul da Acaia, por essa razão o processo chegou às mãos de Júnio sem que Paulo soubesse. Era tão grande as acusações levantadas pelos israelitas, que o administrador foi compelido a determinar a prisão de Paulo para o inquérito inicial.
A sinagoga pediu para lhe fosse delegada a tarefa de conduzir o acusado ao tribunal. A permissão foi concedida.
A noite o ex-rabino foi preso, quando pregava. Apesar de a igreja querer se revoltar Paulo não permitiu. A superioridade espiritual de Paulo incomodou tanto a um dos componentes do grupo, que lhe deu açoites no rosto. Na prisão Paulo foi atado ao tronco do suplício e recebeu os 39 açoites.
Paulo foi envolvido em sublime paz, que banhava-lhe o coração de brandos consolos experimentava a confiança no Cristo. Nestas disposições não lhe doíam os açoites. Na prova rude e dolorosa compreendeu, alegremente, que havia atingido a região de paz divina, no mundo interior, que Deus concede a seus filhos depois das lutas acerbas e incessantes por eles mantidas na conquista de si mesmos.  Submerso em pensamentos sublimes, Paulo de Tarso sentiu o seu primeiro grande êxtase. No tribunal Paulo mantinha a serenidade. 
Júnio Gaio conclui que Paulo não cometeu crime algum. Advertiu que os Judeus deviam, antes de qualquer acusação injusta, examinar a obra generosa da igreja de Corinto e que não desejava a função de juiz em assunto daquela natureza. Declarando Paulo absorvido da acusação, em plena liberdade. 
Sóstenes, que acusara Paulo, foi atacado pela multidão quando saia do julgamento. Júnio Gaio ao ser interpelado para intervir não o quis dirigindo um olhar de simpatia a Paulo.
Mas Paulo foi ao topo da escada e bradou: - Irmão, apaziguai-vos pro amor ao Cristo!... e cessaram os rumores e impropérios. E Paulo acorreu pressuroso em socorrer Sóstenes,  cujo rosto sangrava. Os cristãos, por apelos de Paulo, conduziram-no com extremos cuidados a sua residência.
Paulo  resolve ir ajudar João na fundação definitiva da Igreja de Éfeso na Ásia.
Dentro de um mês Paulo, Áquila e Prisca, partiram em demanda de Éfeso.

Éfeso

Em Éfeso
Depois de viagem difícil, repleta de incidentes penosos, Paulo e os companheiros chegaram a Éfeso.
A igreja de Éfeso estava repleta de polêmica estéreis. Paulo para auxiliar à João manteve acaloradas discussões com os judeus da sinagoga.
Paulo visitou a Maria a Mãe de Jesus. Ela narrou fatos relacionados ao seu Filho. Paulo interessou-se pelas narrativas a respeito da noite do nascimento de Jesus. Prometeu voltar a fim de recolher os dados indispensáveis ao Evangelho que pretendia escrever para os cristãos do futuro.
Vendo que Áquila e Prisca se encontravam instalados e satisfeitos, Paulo resolve demandar para Jerusalém levando a coleta feita. Silas e Timóteo iriam com ele.

(Fim da segunda viagem Missionária do Apóstolo Paulo)

Jerusalém

Em Jerusalém
Paulo, Silas e Timóteo foram recebidos com júbilos por Pedro. Paulo, percebeu que o ex-pescador, apesar de sereno, estava com grande abatimento físico em virtude de lutas terríveis e incessantes para que a igreja suportasse, sem maiores abalos, as tempestades primitivas.
Paulo entregou alegremente, a pequena fortuna, cuja aplicação iria assegurar maior independência a instituição de Jerusalém. Pedro agradeceu comovido e abraçou -o com lágrimas. Os pobres, os órfãos, os velhos desamparados e os convalescentes teriam doravante uma escola abençoada de trabalho santificante. Pedro falou com entusiasmo das Epístolas e seu sucesso junto as igrejas que as liam, copiavam e estudavam minuciosamente.
Após alguns dias Paulo e os companheiros demandaram para Antioquia.

Antioquia

Em Antioquia
Na companhia dos companheiros queridos, Paulo descansou por algum tempo. Nessa época, não passava semana que não recebesse representações de diversas igrejas, dos pontos mais distantes. Terminado o estágio em Antioquia voltou ao berço natal.

Terceira viagem Missionária do Apóstolo Paulo

Terceira viagem de Paulo

Em Tarso, Galácia e Frígia
Paulo falou as verdades eternas em Tarso depois demandou pelas comunidades de toda a Galácia e Frígia.
Nesse afã incansável e incessante, conseguiu arregimentar novos discípulos para Jesus, distribuindo grandes benefícios em todos os recantos iluminados pela sua palavra edificante, porque também ilustrada em fatos.
Em toda parte, lutas sem tréguas, alegrias e dores, angústias e amarguras do mundo, que não chegavam a lhe arrefecer as esperanças nas promessas de Jesus. De um lado, eram os israelitas rigorosos, inimigos ferrenhos e declarados do Salvador; do outro, os cristãos indecisos, vacilando entre as conveniências pessoais e as falsas interpretações. O missionário tarsense, no entanto, conhecendo que o discípulo sincero terá de experimentar as sensações da “porta estreita” todos os dias, nunca se deixou empolgar pelo desânimo, renovando a cada hora o propósito de tudo suportar, agir, fazer e edificar pelo Evangelho, inteiramente entregue a Jesus -Cristo.
Vencidas as lutas indefessas resolveu voltar a Éfeso, interessado na feitura do Evangelho decalcado nas recordações de Maria.
  
Em Éfeso
Áquila e Prisca haviam retornado a Corinto. Embora pretendesse apenas manter algumas conversações mais longas com a filha inesquecível de Nazaré, foi compelido a enfrentar a luta séria com os cooperadores de João.
A sinagoga conseguira grande ascendente político sobre a igreja da cidade, que ameaçava naufragar. O ex-rabino percebeu o perigo e aceitou a luta, sem reservas. Durante três meses discutiu na sinagoga, em todas as reuniões. A cidade, que se mantinha em dúvidas atrozes, parecia alcançar uma compreensão mais elevada e mais rica de luzes. Multiplicando as curas maravilhosas, Paulo, um dia, tendo imposto as mãos sobre alguns doentes, foi rodeado por claridade indefinível do mundo espiritual. As vozes santificadas, que se manifestavam em Jerusalém e Antioquia, falaram na praça pública. Este fato teve enorme repercussão e deu maior autoridade aos argumentos do apóstolo.
Ficou no trabalho em Éfeso mais de dois anos.
Com as conversões e pregações de Paulo o consumo de estatuetas e outros artefatos da deusa Diana tiveram sua venda muito diminuída, ao que fez com que os artífices e ourives da cidade fizessem uma revolta contra Paulo, não o encontrando em casa de Áquila, destruíram tudo ali. Como Paulo estava em casa de outro amigo não o acharam.
Paulo vendo que se ficasse a revolta dos ourives prejudicaria os seus amigos da igreja resolveu partir. Demorou-se ainda em Éfeso até conseguir a liberdade dos detentos. E conseguido isso foi para Trôade.

Em Trôade
Acompanhado de alguns amigos  chegou a Troâde, onde se demorou alguns dias.
Mas a fadiga acentuava-se cada vez mais. As preocupações o enervavam. Tinha no íntimo profunda desolação, que a insônia agravava dia a dia. Lembrando-se da ternura dos irmãos de Felipes resolveu ali repousar alguns momentos.
Acompanhado de alguns amigos dirigiu -se para Trôade, onde se demorou alguns dias, edificando os irmãos na fé. A fadiga, entretanto, acentuava-se cada vez mais. As preocupações enervaram-no. Experimentava no íntimo profunda desolação, que a insônia agravava dia a dia. Paulo, que nunca esquecera a ternura dos irmãos de Filipes, deliberou, então, procurar ali um abrigo, ansioso de repousar alguns momentos.

Em Felipes
O Apóstolo foi acolhido com inequívocas provas de carinho e consideração. Outra agradável surpresa ali o esperava: Lucas encontrava-se acidentalmente na cidade e foi abraçá-lo. Esse encontro reanimou-lhe o ânimo abatido. Avistando-se com o amigo, o médico alarmou-se. Paulo pareceu-lhe extremamente debilitado, triste, não obstante a fé inabalável que lhe nutria o coração e transbordava dos lábios.
Paulo sentia que seria a última vez que descansaria em Felipes ao falar isso a Lucas o mesmo questionou por que. Paulo disse que iria para o Ocidente ao que Lucas se ofereceu para ir junto a Corinto. O que alegrou a Paulo.

Em Corinto
Começou a planejar sua viagem a Roma. Resolveu escrever uma carta aos amigos romanos que o antecedesse. Febe que teria que ir a Roma, de bom grado, levou o documento.
Estava tudo pronto para a partida para Roma, quando chegou Abdias, mensageiro de Tiago, trazendo uma carta confidencial para Paulo.
Tiago narrava na carta as novas perseguições aferradas que a igreja sofria. Confidenciou que Pedro havia sido banido da cidade. A igreja fora assaltada por fariseus sem consciência e só não sofrera depredações de maior vulto em virtude do respeito que o povo lhe consagrara. O Sinédrio alegava necessidade de um entendimento com Paulo a fim de conceder tréguas. Como Tiago considerava-se envelhecido e cansado, sem a colaboração de Pedro temia sucumbir. Pedia então que Paulo fosse a Jerusalém esclarecer o Sinédrio. Depois disso Paulo poderia ir para onde lhe agradasse. Paulo refletiu se deveria atendê-lo ou não, levando em consideração as diferenças que tinha com Tiago. Resolveu consultar o evangelho e abriu em : - Concilia-te depressa com o teu adversário. Paulo resolveu atender ao pedido de Tiago.
Na noite em que recebeu a carta, Paulo sonhou com Jeziel e Abigail que lhe disseram: - Não te inquiete, Paulo. É preciso ir a Jerusalém par ao testemunho imprescindível. E disse ainda: - Tranquiliza-te, porque irás a Roma cumprir um sublime dever, não porém, como queres, mas de acordo com os desígnios do Altíssimo. E continuou: - Depois então, será a nossa união eterna em Jesus-Cristo, para a divina tarefa do amor e da verdade à luz do Evangelho.
Paulo ficou ainda três meses em Corinto, quando a Sinagoga principal de Acaia recebeu secretas notificações de Jerusalém, nada menos que a eliminação de Paulo a qualquer preço. Paulo percebeu a insídia e se despediu prudentemente dos coríntios partindo com Lucas e Silas, a pé, para visitar as igrejas de Macedônia.

De Corinto a Jerusalém
Por toda parte pregou o evangelho convencido de que era a última vez que fixava aquelas paisagens.
Foram a Felipes depois a Trôade.
Adquirindo em seguida um barco muito ordinário, Paulo e os discípulos prosseguiram a viagem para Jerusalém, distribuindo consolações e socorros espirituais às comunidades humildes e obscuras.
Em Éfeso foi muito comovente sua estada. A própria Maria, avançada em anos, acorrera de longe em companhia de João e outros discípulos, para levar uma palavra de amor ao paladino intimorato do Evangelho de seu Filho. Os anciães receberam-no com ardorosas demonstrações de amizade, as crianças ofereciam-lhe merendas e flores.
A viagem continuou Rodes, Pátara, Tiro, Ptolemaida e finalmente Cesaréia onde se hospedam na casa de Felipe. 
Ágabo  mediunizado  faz dolorosos vaticínios.
Chega um emissário de Tiago de nome Mnason que traz o pedido de Tiago de que por prudência Paulo não procurasse de imediato a Igreja de Jerusalém, mas sim, fosse a casa de Mnason que então Tiago lá iria encontra-lo. 

Publicada por Graça Leite



sábado, 20 de junho de 2015

CAP. VI: PEREGRINAÇÕES E SACRIFÍCIOS

( Segunda viagem Missionária do Apóstolo Paulo - Parte I)
https://www.google.com.br/search?q=segunda+viagem+de+paulo&biw

De Antioquia a Tarso
Em companhia de Silas, que se harmonizara com as suas aspirações de trabalho, o ex-rabino partiu de Autioquia. Pregaram a Boa Nova no curso mesmo da viagem. Soldados romanos, escravos misérrimos, caravaneiros humildes, receberam notícias de Jesus.
Alguns apostilaram, à pressa uma que outra das anotações de Levi, preferindo as que mais se ajustavam ao seu caso particular. Por esse processo, o Evangelho difundia-se cada vez mais, enchendo de esperanças os corações.

Em Tarso
Na cidade do seu berço, mais senhor das convicções próprias, o tecelão que se consagrara a Jesus espalhou a mancheias os júbilos do Evangelho da Redenção. Muitos admiraram o conterrâneo, cada vez mais singularmente transformado; outros prosseguiram na tarefa ingrata da ironia e do lamentável esquecimento de si mesmos. Paulo, no entanto, sentia-se forte na fé, como nunca.
Paulo reviu lugares de sua vida passada.
Depois de breve permanência na capital da Cilícia (Tarso), Paulo e Silas procuraram alcançar os cumes do Tauro.

De Tarso a Derbe, a Listra, a Frigia, a Galácia, Somatrácia, Neapolis
Noites ao relento, sacrifícios numerosos, ameaças de malfeitores, perigos sem conta foram enfrentados pelos missionários que, todas as noites, entregavam ao Divino Mestre os resultados da recolta e, pela manhã, rogavam à sua misericórdia não lhes faltasse com a valiosa oportunidade de trabalho, por mais dura que fosse a tarefa diária.
Em Derbe obteve noticias de Timóteo.
Em Listra foi recebido por Lóide e encontrou Timóteo.
Estavam construindo uma igreja em Listra.
Lóide confidenciando a Paulo que iria se mudar e pediu que ele aceitasse Timóteo em sua companhia. Paulo aceitou com sincero prazer.
Silas sugeriu a circuncisão de Timóteo, ao que Paulo concordou e Timóteo também. Essa atitude tinha como objetivo evitar problemas com os judeus.
Daí a dias, despedindo-se dos irmãos e das generosas mulheres que ficavam a chorar nos votos de paz em Deus, os missionários demandaram, cheios de coragem e do firme propósito de servir a Jesus.
Dirigiu-se a Misia, a intuição lhe diz que não era ali, pensou em Bitínia, mas a voz de Estevão induziu-o  a descer para Trôade. Paulo em uma visão viu um homem da macedônia exclamando: - Vem e ajuda-nos.
Paulo decidiu ir a Macedônea mas não havia recursos para a viagem por mar. Encontraram Lucas, que ao saber dos planos de Paulo oferece-se para pagar a viagem. Paulo convida Lucas a ir com ele para a Macedônia.  Lucas concorda. Desembarcaram em Neapolis descansaram dois dias indo então para Felipes.
Quase as portas de Felipes, Paulo sugeriu que Lucas e Timóteo se dirigissem, por outros caminhos para Tessalônica, onde os quatro se reuniriam mais tarde.

Em Felipes
A cidade não possuía Sinagoga. O santuário destinado às preces, embora chamado de casa, era um recanto da natureza rodeado de muros em ruínas.
Paulo chegando ao local notou surpreendido que só havia crianças e mulheres, porém esse não foi um empecilho. Paulo pregou para elas.
Lídia, viúva digna e generosa oferece sua casa para fundarem a nova igreja. Paulo aceita.
Na mesma época, possuía Filipes uma pitonisa que se celebrizara nas redondezas. Tratava-se de uma rapariga cujos patrões procuraram mercantilizar seus poderes psíquicos. A mediunidade era utilizada por Espíritos menos evoluídos, que se compraziam em dar palpites sobre motivos de ordem temporal.
Aconteceu que a jovem estava presente à primeira pregação de Paulo. Terminado a exposição evangélica, a moça, em grandes brados que impressionavam o público, se põe a exclamar: — Recebei os enviados do Deus Altíssimo!... Eles anunciam a salvação!...
Paulo e Silas ficaram um tanto perplexos; entretanto, nada replicaram.
No dia seguinte, porém, repetia-se o fato e, durante uma semana, os discípulos do Evangelho ouviram, após as pregações, a entidade que se assenhoreava da jovem, atirando-lhes elogios e títulos pomposos.
Assim, terminada a pregação na praça, quando a jovem começou a gritar: “Recebei os mensageiros da redenção! Não são homens, são anjos do Altíssimo!...” — o convertido de Damasco desceu da tribuna a passos firmes e, aproximando-se da locutora dominada por estranha influência, intimou a entidade manifestante, em tom imperativo: — Espírito perverso, não somos anjos, somos trabalhadores em luta com as próprias fraquezas, por amor ao Evangelho; em nome de Jesus Cristo ordeno que te retires para sempre!
O fato provocou enorme admiração popular.
Porém como o povo já estava acostumado a consultar a entidade da Pitonisa, na falta dela se espalharam o boato que Paulo os privara da assistência do espírito de Deus, Paulo e Silas foram surpreendidos em plena praça com um ataque do povo e foram presos e flagelados sem compaixão, as autoridades intervieram e os levaram ao cárcere, abatidos e cambaleantes.
Na prisão, durante a madrugada, vem uma tempestade e de repente as portas pesadas das numerosas celas se abriram sem ruído. Paulo solicitou que ninguém tentasse fugir.  Quando o carcereiro chegou   vendo as portas abertas e temendo a sua responsabilidade, tenta matar-se, instintivamente, mas Paulo o impede e conta que todos os encarcerados não fugiram. O carcereiro Lucano, converte-se a nova doutrina, cuida dos missionários, leva-os para sua casa e dá alimento e vinho reconfortante.
Os Juízes da cidade ao saberem da história, amedrontados mandam libertá-los, mas Paulo para incutir respeito e proteger Lídia, faz valer sua posição de Cidadão Romano exige a presença dos juízes, prega para eles e ao final eles pedem desculpas e deixam a cidade para evitar novos tumultos.

Em Tessalônica
Encontraram  Lucas e Timóteo.
As dificuldades eram as mesmas  com os judeus, homens de má-fé, ingratos e indiferentes. Depois de inúmeros conflitos, com os judeus, em Tessalônica resolveu transferir-se para Beréia.

Em Beréia
Os trabalhos iniciados em paz, continuavam debaixo de lutas extremas. Os judeus rigorosos de Tessalônica, não faltaram em Beréia.
Os ânimos se exaltaram e Lucas, Timóteo e Silas foram obrigados a afastarem-se, perambulando pelas aldeias vizinhas, Paulo foi mais uma vez preso e açoitado.  Paulo foi libertado com a condição de se retirar da Beréia.
Paulo tinha consciência que Silas e Lucas estavam doentes, e que Timóteo necessitava encontrar-se coma sua mãe no porto de Corinto, então decidiu realizar o sonho de visitar Atenas foi com  alguns amigos que regressaram das portas atenienses deixando-o só.

Em Atenas
Não foi levado a sério. Quando se viu só, decepcionado, chorou copiosamente.
Paulo ficou, naturalmente, desolado. No momento, não podia chegar à conclusão de que a falsa cultura encontrará sempre, na sabedoria verdadeira, uma expressão de coisas imaginárias e sem sentido. A atitude do Areópago não lhe permitiu chegar ao fim. Em breve o suntuoso recinto estava quase silencioso, O Apóstolo, então, lembrou que seria preferível arrostar o tumulto dos judeus. Onde houvesse luta, haveria sempre frutos a colher.
Apenas Dionisio e uma jovem senhora de nome Dâmaris e alguns serviçais do palácio permaneciam a seu lado, extremamente constrangidos, embora propensos à causa.
Paulo falou na possibilidade de fundar uma igreja, ainda que fosse num humilde santuário doméstico, onde se estudasse e comentasse o Evangelho. Mas os presentes não aceitaram. Paulo recebeu as recusas mantendo singular expressão fisionômica, como o semeador que se vê rodeado somente de pedras e espinheiros.
Nesse redemoinho de incertezas e amarguras, surgiu o socorro do Mestre ao Apóstolo bem-amado. Timóteo chegara de Corinto, carregado de boas notícias.

Publicada por Graça Leite