domingo, 12 de abril de 2015

CAP. VI: ANTE O SINÉDRIO

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Estevão comparece ao Sinédrio, para explicar a acusação de Blasfemo.
O Sinédrio exibia suas personagens mais eminentes. De mistura com os sacerdotes e mestres de Israel, notava-se a presença das personalidades mais salientes do farisaísmo. Lá estavam representantes de todas as sinagogas. Os mendigos, porém, não tiveram acesso, embora se tratasse de um ato público.
Estêvão comparecia como um homem chamado a defender-se das acusações a ele imputadas, não como prisioneiro comum obrigado a acertar contas com a justiça.
Após ponderar, Estêvão decidiu comparecer sozinho, assumindo a responsabilidade da sua atitude, sem comprometer nenhum companheiro, tal como fizera Jesus.
O sumo sacerdote anunciou a escolha de Saulo para interpelar o denunciado e averiguar a extensão de sua culpa no aviltamento dos princípios sagrados da raça.
Saulo inicia esclarecendo que Estêvão é acusado de blasfemo, caluniador e feiticeiro e questiona se por acaso o acusado é de família israelita.
Estêvão responde que pertence a tribo de Issacar.

As 12 tribos de Israel

Saulo explica que o condenado sendo israelita, tem o direito de replicar livremente.
Após exaustivo interrogatório Saulo cai de punhos fechados no rosto, sem que Estêvão tentasse a menor reação. Os fariseus aplaudem o gesto brutal, em atroada delirante, qual se estivessem num dia de festa. Dando expansão ao seu arrebatamento, Saulo esmurrava sem compaixão.
Saulo condena Estevão à lapidação.
A autoridade superior recebeu o alvitre e procurou submetê-lo à votação no reduzido círculo dos colegas mais eminentes.
Gamaliel intervêm e alegando uma questão de consciência consegue o adiamento da execução da sentença, mas Estevão aguardará preso
Ali mesmo, Saulo de Tarso foi autorizado pelo Sinédrio a iniciar as mais latas diligências a respeito das atividades do “Caminho”, com ordens de admoestar, corrigir e prender todos os descendentes de Israel dominados pelos sentimentos colhidos no Evangelho, considerado, desde aquela hora, pelo regionalismo semita, como repositório de veneno ideológico, com que o ousado carpinteiro nazareno pretendia revolucionar a vida israelita, operando a dissolução dos seus elos mais legítimos.

Publicada por Graça Leite


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Não sendo Gamaliel a autoridade superior no Sinédrio como justificar a sua intervenção perante o desenrolar dos acontecimentos? Como justificar a sua influência tão grande perante a assembleia de juízes judeus que constituía a corte e legislativo supremos de Israel?

Um comentário:

  1. Na hora do julgamento, Gamaliel, fariseu de prestígio e membro do Sinédrio, conversou com os juízes sobre o caráter generoso, porém impulsivo, intempestivo de Saulo. Gamaliel apelou para a consciência e a tolerância de todos, para que a morte de Estevão não fosse precipitada. Assim, sugeriu que o réu se mantivesse em calabouço, para que melhor apurassem o caso.
    Saulo era ex-discípulo de Gamaliel; o respeitava e o tinha em alta conta. Na condição de juiz no caso Estevão, Saulo aceitou as ponderações de Gamaliel, mas em troca, o Sinédrio autorizou que as atividades do "Caminho" fossem investigadas com mais força, coisa que o nobre fariseu Gamaliel havia conseguido evitar tempos atrás.

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