segunda-feira, 20 de julho de 2020

domingo, 9 de agosto de 2015

CAP IX - O prisioneiro do Cristo

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O Navio de Adramítio da Mísia, em que o Apóstolo Paulo viajava chegou Sidom, repetindo-se as cenas comovedoras da despedida na Cesaréia. Júlio, o centurião da guarda, permitiu que Paulo fosse ter com os amigos na praia. Paulo conquistou ascendência moral sobre o comandante, marinheiros e guardas e, pregava constantemente durante a viagem.
Depois de costear a Fenícia, surgiram os contornos da ilha de Chipre. Nas proximidades de Panfília exultou de íntima alegria pelo dever cumprido, e assim chegou ao porto de Mira, na Lícia.
Foi aí que Júlio resolveu tomar passagem com os companheiros numa embarcação alexandrina, que se dirigia para a Itália. O navio estava com excesso de carga, além de trigo transportava duzentas e setenta e seis pessoas. Os ventos sopravam de rijo, contrariando a rota. Depois de longos dias, ainda vogavam na região do Cnido. Vencendo dificuldades extremas conseguiram tocar em alguns pontos de Creta.
Paulo observando os obstáculos da jornada e obedecendo à própria intuição, aconselhou a Júlio passar o inverno em Kaloi Limenes. Júlio conversou com o comandante e o piloto sobre a sugestão de Paulo, porém, eles acharam inaceitável seguir a sugestão de um prisioneiro. Toraram a direção de Fênix e um furacão atingiu de súbito a embarcação, ficando a mercê do vento e expondo a todos padecimentos  angustiosos durante duas semanas.
Todo o carregamento de trigo foi descarregado, assim como todo o excesso de peso. Este foi um fato que contribuiu para que Paulo ganhasse maior respeito junto a tribulação e o Centurião. Paulo pregava para elevar os ânimos e ajudava a todos.
Decorrido quatorze dias o barco atingiu Malta. O comandante sentindo-se humilhado com a atitude de Paulo, sugere a dois soldados o assassínio dos prisioneiros antes que fugissem, mas Júlio se opôs terminantemente. 

Malta,uma ilha localizada no Mar Mediterrâneo, ao Sul da Itália.
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Em Malta
Foram abrigados pelos nativos e os poucos romanos que lá residiam, mas não havia acomodação para todos e o frio era intenso. Paulo dando mostras de experiência no afrontar intempéries, sugere que se faça fogo sem demora. Quando Paulo atirava um feixe de ramos secos uma víbora extremamente venenosa cravou-lhe os dentes na mão. O Ex-rabino susteve-a no ar e com um gesto sereno e a atirou no fogo, para admiração de todos. O chefe da coorte e os nativos da ilha estavam desolados porque as vítimas de tal réptil não sobreviveriam mais que algumas horas. Afirmavam que Paulo deveria ser um grande criminoso pois se salvara do naufrágio para encontrar a morte na mordida da víbora.
Diante do prognóstico dos nativos Timóteo se aproximou de Paulo que orava com fervor e disse o que os nativos  falavam, porém Paulo afirmou:
- Não te impressiones. Estejamos atentos aos nossos deveres, porque a ignorância sempre está pronta a transitar da maldição ao elogio e vice-versa. É Bem possível que em algumas horas me considerem um deus. 
Com efeito ao verem que Paulo não apresentava nenhuma ocorrência relacionada a mordida da víbora, passaram a considerá-lo uma entidade sobrenatural a qual todos deveriam obedecer. Públio Apiano, o mais alto funcionário de Malta, ordenou providências para socorrer os náufragos e reservou os melhores cômodos de sua própria moradia ao comandante e ao centurião, ao que o chefe da coorte pediu a mesma deferência para o Apóstolo.
Públio atendeu a pedido e solicitou que Paulo atendesse seu pai que se encontrava doente. Paulo curou o pai de Públio e aproveitou a oportunidade para pregar as verdades eternas. Públio quis conhecer o Evangelho e Paulo mostrou os pergaminhos da Boa Nova. Públio ordenou que o documento fosse copiado e prometeu se interessar pela situação do Apóstolo utilizando suas relações em Roma.
Durante os meses de inverno rigoroso, os serviços evangélicos funcionaram regularmente, em um velho salão do administrador. Local em que multidões de enfermos foram curados.  Uma vasta família cristã fora criada na ilha. Júlio resolveu partir em um navio que havia passado o inverno em Malta e se destinava à Itália: “Castor e Pólux”.
  
A caminho de Roma
Chegados a Siracusa, na Sicíla, amparado pelo generoso centurião, agora devotado amigo, Paulo de Tarso aproveitou os três dias de permanência na cidade, em pregações do Reino de Deus, atraindo numerosas criaturas ao Evangelho. Em seguida, a embarcação penetrou o estreito, tocou em Régio, aproando daí a Pouzzoles (Putéoli), não longe de Vesúvio.
Antes do desembarque o centurião aproximou-se de Paulo e falou: – Meu amigo, até agora estiveste sob o amparo da minha amizade pessoal, direta; daqui por diante, porém, temos de viajar sob os olhares indagadores de quantos habitam nas proximidades da metrópole e há que considerar vossa condição de prisioneiro...
Paulo responde que sabia que ele teria de algemar seus pulsos para a exata execução de teus deveres. O Centurião algemou Paulo a ele. E determinou que Paulo e os amigos ficassem em uma pensão com ele.
Desejoso de agradar ao velho discípulo de Jesus, mandou sindicar, imediatamente, se em Pouzzoles havia cristãos e, em caso afirmativo, que fossem à sua presença, para conhecerem os trabalhadores da semeadura santa. O soldado incumbido da missão, daí a poucas horas, trazia consigo um generoso velhinho de nome Sexto Flácus, que lhe informou que já havia uma igreja e que o Evangelho ganhava terreno nos corações; que as cartas do ex-rabino eram tema de meditação e estudo em todos os lares cristãos.
Rogaram a Júlio permitisse a demora de Paulo entre eles, ao menos por sete dias, ao que o chefe da coorte atendeu de bom grado. Decorrida a semana de trabalhos frutuosos, felizes, o centurião fez ver a necessidade de partir. A distância a vencer excedia de duzentos quilômetros, com sete dias de marcha consecutiva e fatigante.
O pequeno grupo partiu acompanhado de mais de cinqüenta cristãos que seguiram o ex-rabino até Fórum de Ápio, em cavalos resistentes. Nessa localidade, distante de Roma quarenta e poucas milhas, aguardava o Apóstolo dos gentios a primeira representação dos discípulos do Evangelho na cidade imperial.
De lá a caravana demandou o sitio denominado “As Três Tavernas”  acrescida agora do grande veículo que levava os anciães romanos sempre rodeada de cavaleiros fortes e bem dispostos. Paulo tinha a impressão de haver aportado a um mundo diferente da sua Ásia cheia de combates acerbos. A figura mais representativa dos anciães tomou assento ao lado de Paulo, o velho Apolodoro, que depois de se certificar da simpatia de Júlio pelo Evangelho tornou-se mais vivo e minuciosos no seu noticiário verbal, atendendo as perguntas do Apóstolo.
— Vindes a Roma em boa época — acentuava o velhinho em tom resignado —; temos a impressão de que nossos sofrimentos por Jesus vão ser multiplicados. Estamos em 61, mas há três anos que os discípulos do Evangelho começaram a morrer nas arenas do circo pelo nome augusco do Salvador.

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Via Nomentana é uma antiga estrada da Itália. A ponte Nomentano foi construída acima do rio Aniene, no declive da colina do Monte Sacro. Repetidamente destruídos e restaurados a ponte apresenta uma variedade de materiais e técnicas de construção que abarca uma ampla extensão, desde a antiguidade até a Idade Média e moderno. Conforme a técnica de construção e os materiais utilizados, a ponte original é datada entre o final do segundo e início do século I aC.

Em Roma
Quando alcançaram a Porta Capena, centenas de mulheres e crianças aguardavam o Apóstolo. Obedecendo as ponderações amigas de Polodoro, o grupo dispersou-se. O centurião considerando que Paulo precisava de repouso resolveu passar a noite numa hospedaria e apresentar-se com os prisioneiros no dia imediato, ao Quartel dos Pretorianos.
O centurião, no intuito de esclarecer o caso do Apóstolo, preferiu esperar o General Búrrus, conhecido por ser honesto.
O ex-rabino foi conduzido ao cárcere até que sua documentação fosse examinado e seu estado de cidadão romano fosse comprovado. Após constatação, poderia esperar em liberdade vigiada junto com um soldado (custódia liberta). Depois de uma semana, em que lhe fora permitido o contato permanente com seus companheiros o apóstolo recebe ordem de fixar residência nas proximidades da prisão até que fosse julgado.
O Apóstolo Paulo continuou a redigir Epístolas consoladoras e sábias as comunidades distantes.
Orientou aos companheiros para procurarem trabalho e diariamente ia na prisão tomar sua refeição, e aproveitava para pregar aos detentos.
Paulo pediu a presença dos anciães judeus no seu aposento para apresentar o Evangelho. Muitos foram e ao ouvi-lo disseram que conheciam Jesus como um revolucionário condenado e nada sabiam sobre Paulo. Expressaram desejo que todos ouvissem sua fala e não apenas eles. Foi marcado um dia e vasta aglomeração de israelitas compareceram no quarto humilde. Paulo pregou a Boa Nova e explicou a missão de Cristo, desde a manhã até a tarde.
Destoando dos sentimentos da maioria um velhinho judeu aproximou-se e disse: - Reconheço o exato sentido da vossa palavra, mas desejaria pedir-vos que este Evangelho continuasse a ser ministrado à nossa gente. Há seguidores de Moisés bem intencionados, que podem aproveitar o ensino de Jesus, enriquecendo-se com os seus valores eternos. Paulo  disse que seu quarto estava à disposição e que não poderia pregar na sinagoga por estar preso. Mas que ia escrever uma carta a eles.
Durante dois meses Paulo trabalhou na carta que seria conhecida como Epístola aos Hebreus.
Ficou assim preso em Custódia Liberta por quase dois anos.
Um legionário levou um dia a Paulo um homem de grande influência política chamado Acácio Domício que tinha ficado cego misteriosamente, Paulo o curou. Desta forma, prometeu que Paulo seria absolvido já na próxima semana. De fato, decorrido 4 dias o velho servidor foi chamado a depor.  E devido a simpatia despertada por Paulo e os esforços de Acácio, que contava até com a amizade de Popéia Sabina, conseguiu a absolvição de Paulo.
Durante um mês, no princípio do ano 63, visitou as comunidades cristãs de todos os bairros da capital do Império. Sua presença era disputada por todos os círculos, que o recebiam entre carinhosas manifestações de respeito e de amor pela sua autoridade moral. Organizando planos de serviço para todas as igrejas domésticas que funcionavam na cidade, e depois de inúmeras prédicas gerais nas catacumbas silenciosas, o incansável trabalhador resolveu partir para a Espanha. Debalde intervieram os colaboradores, rogando-lhe que desistisse. Nada o demoveu. De há muito, alimentava o desejo de visitar o Extremo do Ocidente e, se fosse possível, desejaria morrer convicto de haver levado o Evangelho aos confins do mundo.



domingo, 2 de agosto de 2015

CAP VIII - O martírio em Jerusalém

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Em Jerusalém

A noite Tiago chega em casa de Mnason. Ao contrário de outras vezes, o ex-rabino sente extrema simpatia pela pessoa de Tiago, que parecia inteiramente modificada pelos vicissitudes e aflições da vida.
O filho de Alfeu explica que o Sinédrio, a fim de abrandar as perseguições contra ele, exigia que Paulo pagasse o voto de Nazireu de quatro judeus pobres e comparecesse ao Tempo com eles durante sete dias consecutivos.
Paulo que pensava que o Sinédrio ia decretar sua morte, considera o pedido simples.
Tiago se explica para Paulo sobre seu posicionamento extremamente judaico e Paulo ajuíza que agora percebia que a vida exige mais compreensão que informação.
Como Paulo não tem recursos, fica acertado que a Igreja de Jerusalém pagaria as despesas necessárias pela exigência do Sinédrio.
A presença de Paulo no Templo causou enorme sensação em todos os círculos do farisaísmo. Após a humilhação do terceiro dia, o Sinédrio queria impor sentenças novas. Uma vez que Paulo estava acompanhado em um lugar sagrado por Trófimo, de origem grega e estranho às tradições israelitas, foram abertas novas acusações contra Paulo. Percebendo a trama pediu que Trófimo não mais o acompanhasse.
No último dia ao colocar-se em posição de orar, alguns exaltados começaram a gritar: - Morte ao desertor, Pedras à traição! – Pagarás teu crime! – É necessário que morras!...  Paulo se entregou sem resistência.
Foi deixado pelos exaltados exatamente no pátio do suplicio de Estevão. Paulo pensa: - Não estava ali o passado a reclamar resgates dolorosos? Não seria justo padecer muito pelo muito que martirizara os outros?
A semelhança de Estêvão, começou a ser apedrejado, mas Trófimo e Lucas cientes da gravidade da situação, procuraram o socorro das autoridades romanas. Um tribuno militar organizou um troço de soldados e foram ao átrio e arrebataram Paulo da multidão.
Paulo percebendo que não fora a Jerusalém tão-só para acompanhar quatro nazireus e sim para dar testemunho mais eloquente do Evangelho, interroga o tribuno com humildade: - Permitis, porventura, que vos diga alguma coisa? Em puro grego. O chefe da coorte replicou admirado: - Não és tu o bandido egípcio...Ao que Paulo responde: - Não sou ladrão. Sou cidadão de Tarso rogo-vos permissão de falar ao povo. O militar boquiaberto com tamanha distinção de gestos cedeu, embora hesitante.
Os mais exaltados tentaram romper o cordão de isolamento, ao que Zelfos agiu rápido mandou recolher Paulo no interior da Torre Antônia e dispersou os recalcitrantes a pata de cavalo. Quando viu que iria ser açoitado, revelou sua condição de cidadão romano. Imediatamente pararam os preparatórios para o suplício e chamaram Zelfos este junto com Claudio Lísias preocupados resolveram apresentar Paulo ao Sinédrio, mas com proteção militar.
O tratamento dispensado a Paulo é modificado, com mais respeito e recebeu a visita de sua irmã Dalila e o sobrinho Estefânio.
Paulo foi levado ao julgamento, porém foi agredido. Percebendo o rumo dos acontecimentos fez um comentário sobre a ressurreição. Esse era um tema controverso entre Fariseus e Saduceus, assim, o fato gerou grande balbúrdia e fez com que os Saduceus se atirarem contra os Fariseus com gestos e apóstrofes delirantes. Então Claudio Lísias, determinou o encerramento dos trabalhos e que o  prisioneiro voltasse ao cárcere, até que os judeus resolvessem discutir o caso com mais critério e serenidade.
Devido a simpatia do tribuno por Paulo, este teve um guarda para atendê-lo em suas necessidades, recebeu água, remédio, alimentos e visitas de amigos.
Novamente a voz lhe diz que terá que testemunhar em Roma também. De pronto sentiu novas forças.
Estefânio diz a Paulo que o Sinédrio planejava matá-lo na próxima audiência e que já havia 40 judeus que prometeram matá-lo. Paulo pede que levem o jovem a  Cláudio Lísias.
Enquanto o Tribuno avaliava a veracidade da informação trazida por um jovem quase criança e ainda sobrinho do prisioneiro, recebe a visita de Tiago, ao qual devia favores, que repetiu o plano já denunciado e conta a história de Paulo e que ele viera a cidade a seu pedido e roga que seja tomada medidas para impedir o monstruoso atentado.
Tiago sugeriu então a transferência de Paulo para a Cesaréia, tendo em vista um julgamento mais justo. Ao que Cláudio Lísias concordou e assim fez.
Uma força de 400 homens escoltaria Paulo que recebeu uma das melhores montarias.

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Em Cesaréia

O Governador Félix recebeu a expedição com enorme espanto. Como Paulo era de origem Judaica, convocou a representação do Sinédrio. Cinco dias depois o próprio Ananias chefiou os que foram a Cesaréia, levando Tértulo, uma das mais notáveis mentalidades que cooperavam no colendo sodalício.
Félix, com dúvida sobre o veredicto, resolve adiar a sentença até que Cláudio Lísias seja ouvido. O governador, faz uma proposta de suborno a Paulo, que não a aceita pois não serviria de obstáculo a redenção espiritual do mais humilde funcionário da Cesaréia. Dar-lhes dinheiro em troca de uma independência ilícita seria habituá-los ao apego dos bens que lhes não pertencem. A lição humilhara o governador e desde então se desinteressou da causa.
A esposa do governador quis conhecer e ouvir Paulo. Drusila de origem Judia quis sondar-lhe as ideias mais profundas e pediu um comentário geral da nova doutrina, no entanto, quando Paulo começou a falar das responsabilidades do homem frente a ressurreição o governador se fez pálido e interrompeu a pregação.
Paulo ficou dois anos preso na Cesaréia onde aproveitou para manter relações constantes com as Igrejas fundadas através de mensagens.
Como não poderia ir a Éfeso fazer uma biografia de Jesus baseada em memórias de Maria incumbiu Lucas de fazê-lo. Encarregou também Lucas de escrever o Atos dos Apóstolos.
Felix foi transferido deixando Paulo a própria sorte.
O novo governador Pórcio Festo, chegou e foi visitar Jerusalém, momento em que recebeu a solicitação do Sinédrio da restituição do prisioneiro. Ao que Pórcio decidiu que os rabinos o acompanhariam na volta para que ele então decidisse o destino de Paulo.
Lucas, de coração oprimido, foi ter com Paulo e contou os planos do Sinédrio de crucificá-lo qual o mestre e no mesmo local. Paulo ficou espantado, não aceitaria isso. Ninguém logrará um Calvário igual ao do mestre. Desejava morrer como um homem comum e pecador.-Se me condenarem, não estarão em erro. Sou imperfeito e preciso testemunhar nessa condição verdadeira de minha vida. Dê outro modo seria perturbar minha consciência, provocando um falso apreço humano.
Pórcio queria entregar Paulo mas temia fazê-lo  levianamente, e então consulta Paulo, que então conforme planejara:  Apela para Cesar.
Pórcio concorda: - Apelastes para César? Irás a César!
Herodes Agripa e Berenice foram visitar o novo governador ao que sabendo de Paulo manifestaram o desejo de conhecê-lo ao que Pórcio gostou para ter mais subsídios da peça justificatória da prisão de Paulo.
Paulo impressiona Agripa e quase o faz fazer uma profissão de fé cristã o que o Rei consegue se eximir...
Berenice foi a primeira a pedir clemência ao prisioneiro os demais seguiram a mesma corrente de benévola simpatia. Agripa tentou uma fórmula digna para que o Apóstolo fosse restituído a liberdade, mas o Governador disse que conhecendo a fibra moral de Paulo, tomara a sério o seu recurso para Cesar.
Paulo sabedouro da decisão, com serenidade, dirigiu-se as igrejas mobilizando todos os amigos de Cesaréia, menos os que o acompanhariam.
O centurião Júlio foi o encarregado de determinar todas as providências e por simpatia pelo Apóstolo, ordenou fosse ele conduzido à embarcação desalgemado.
A beira-mar filas de velhos, jovens e crianças, à frente Tiago alquebrado e velhinho vindo de Jerusalém com grande sacrifício para dar-lhe um ósculo fraternal. Bandos de crianças atiraram-lhe flores. Tiago tomou-lhe a destra e beijou-a com efusão.

domingo, 28 de junho de 2015

DAMASCO



DAMASCO

Conhecida como “Cidade do Jasmim”, Al-Fayha’a, “a cidade perfumada”, Al-Sham, Jollaq, “a rainha das águas”, “dos céus benditos”, “a esmeralda do deserto” e “Pérola do Oriente”, como a denominou o Imperador Juliano, Damasco é a capital da Síria e um dos 14 distritos do país. O distrito de Damasco é administrado por um governador indicado pelo Ministro do Interior. Tem ocupado posição de importância nas áreas de cultura, ciência, política, comércio, arte e indústria, desde os primeiros tempos.


Referências geográficas
Centro importante dos povos do deserto, Damasco conta com 4,5, ou 4,8, milhões de habitantes. A maioria da sua população urbana é originária de migração rural. Localiza-se no oásis de Ghutah, (Ghouta ou al- Guta), um dos mais férteis do mundo. Oásis com dois rios, sendo o mais importante o Barada que se bifurca em sete braços, cruza e abastece a cidade. Situada a nordeste do lago da Galiléia e ao sudeste da Síria, num planalto nos sopés orientais da cordilheira Antilíbano, a 680, ou 690, metros acima do nível do mar. É limitada pela citada cordilheira a oeste e pelo deserto da Síria a leste. Apesar de estar localizada a oitenta quilômetros da costa oriental do mar Mediterrâneo, a cadeia montanhosa a isola do litoral, e a cidade expande-se, então, para leste. O clima é semiárido. Os verões são quentes e os invernos, amenos. O árabe é a língua oficial da região.
O núcleo da cidade é constituído pela cidade antiga, a Cidadela, uma cidade dentro da cidade. Tombada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a cidade velha é cercada por grande muralha romana de sete portas: a porta da libertação; a porta dos pomares ou do paraíso; a porta da paz; o “Touma” ou Thomas portão; Eastem Gate; Bab Kisan (por onde se deu a fuga de Saulo de Tarso); e o portão pequeno, Bab al-Jabiya.
 Muitos dos caminhos são enfeitados com colunas e arcos de triunfo. A extensa cidade velha abrange: um gigantesco mercado; um grande bairro mulçumano; um bairro cristão, menor; e uma minúscula zona judaica. A cidade moderna fica a oeste da antiga Damasco, onde estão situadas a maior parte das embaixadas, as universidades e alguns monumentos e edifícios.
Maior metrópole da Síria, Damasco disputa, com Jericó e Biblos, o título de mais antiga cidade habitada, continuamente, no mundo; sendo a cidade-capital mais antiga do planeta. Há registros de moradores desde 5000 a. C. Por pesquisa realizada em Tell Ramad, nos arredores de Damasco, foi sugerido que o local pode ter sido ocupado desde a segunda metade do sétimo milênio a. C., cerca de 6.300 a. C. Entretanto há evidências de assentamentos que remontam de 9.000 a. C., embora não conste a presença de grandes assentamentos, dentro dos muros de Damasco, até o segundo milênio a. C.
Antigas referências a Damasco, como as tábuas de Ebla, informam que a cidade teve imensa influência econômica durante três milênios a. C.; que Damasco foi habitada desde os tempos pré-históricos e que sua história começa na época de Uz, neto de Noé.  Consta que foi capital do Reino Arameu no século XI a. C. Os arameus, ou aramites, eram nômades semitas, aportados através da península Arábica. Consta, ainda, que foram os habitantes originais de Damasco e muitas aldeias, nos seus arredores, são conhecidas por nomes aramaicos.

Cidade antiga de Damasco

Referências históricas
A primeira referência histórica data do século XV a. C., quando foi conquistada pelo Faraó Tutmósis III. No século X a. C. Damasco esteve em guerra com outros reinos, incluindo hebreus, e foi governada por israelitas. Na história antiga, Nicolaus de Damasco faz uma referência a reinado de Abraão em Damasco, referindo-se, inclusive, a uma aldeia chamada ‘habitação de Abraão’. Consta que Damasco foi parte da antiga província de Amurru no reino dos Hicsos, durante 1720 a 1570 a. C. Todavia, os primeiros registros egípcios são as Cartas de Amarna de 1350 a. C.
Há informações que, por volta de 1260 a. C., a região de Damasco, assim como toda a Séria, tornou-se um campo de batalha entre os hititas ao norte e os egípcios ao sul, terminando com um tratado; sendo entregue o controle da área de Damasco a Ramsés II, em 1259 a. C. A chegada dos Povos do Mar, cerca de 1200 a. C., marcou, na região, a transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro, afetando a população dos grandes centros da Síria antiga, contribuindo, todavia, para que Damasco surgisse como um centro influente.
Em 732 a. C., Tiglath-Pileser II fez dela uma parte do império assírio. Após alguns anos, com a queda da capital assíria, Nínive, o reino de Damasco permaneceu sob o domínio de vários povos durante centenas de anos, caindo sob o Império Neo-Babilônio de Nabucodonosor, a partir de 572 a. C., domínio que chegou ao fim em 538 a. C., quando Ciro, rei dos persas, capturou-a, fazendo dela a capital persa da província da Síria. Foi conquistada em 333, ou 332, a. C., por Parménio, um dos generais de Alexandre o Grande; e, após a morte de Alexandre, em 323 a. C., tornou-se disputada entre os impérios Selêucidas e Ptolomeu. Quando o poder selêucida diminuiu, Tigranes da Armênia tomou Damasco.
Após o domínio de vários povos, inclusive, os gregos; os romanos, sob o comando de Pompeu, ocuparam Damasco, incorporando-o à liga das dez cidades, conhecidas como Decápolis, por ser importante centro de cultura greco-romana. No ano 37, o imperador romano Calígula transferiu Damasco, por decreto, para controle Nabataean. Por volta de 106, Nabataea foi conquistada pelos romanos e Damasco passou novamente ao controle do império romano.
 Colonizada pela primeira vez no início do II século, isto é, em 222, pelo Imperador Septímio Severo, Damasco tornou-se uma metrópole. Com a vinda da Pax Romana, começou a prosperar com as rotas de comércio do Sul da Arábia, Palmira, Petra, e as rotas de seda da China. Após a separação do Império Romano, em 395, tornou-se uma capital provincial do Império Bizantino. Os árabes a ocuparam em 635. Em 636, sob o domínio dos mulçumanos, houve uma mudança drástica para a cidade, passando de Bizâncio e do Cristianismo para o Oriente e ao Islão.
Como capital do Califado Omíada, de 661 até 750, teve início sua época de ouro, que durou um século. Após a vitória da dinastia Abássida, a sede do poder islâmico mudou-se para Bagdá, acabando sua época áurea. Passou depois por vários reinos e califados; o mais importante foi o Califado Fatímida; voltando ao tempo de glória quando foi conquistada por Saladino, iniciando a dinastia Aiúbida. Posteriormente, foi conquistada por novos egípcios, os Karmathians e os turcos seljúcidas, em 1076.
Após a invasão mongol, tornou-se capital do reino mameluco de 1260 até 1516. Em 1516, Damasco passou para o domínio dos turcos otomanos, permanecendo por 400 anos, até a Primeira Guerra Mundial.
Em 1918, Damasco foi libertada por um contingente árabe sob o comando do General Allendy, do Exército Britânico. Em 1919, foi formado o Congresso Nacional Sírio sob o patronato de Emir Faisal, que foi declarado rei da Síria; mas, no ano seguinte, em 1920, foi derrotado pelos franceses em nome da Liga das Nações. De 1925 a 1926, Damasco se juntou aos drusos contra os franceses e, após forte resistência, foi proclamada independente, pelo general francês Catroux.
Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças francesas livres, e britânicas, entraram em Damasco, que se tornou a capital da Síria independente em 1941, independência que só surtiu efeito a partir de 1946. Em 1958, a Síria e o Egito se uniram para formar a República Árabe Unida, tendo Cairo como capital, e Damasco como a capital da região da Síria. A Síria se retirou da República Árabe Unida em 1961.

A Rua Direita (ou Via Recta) foi construida pelos Romanos, e ha 2.000 anos atras ela tinha cerca de 26 metros de largura, e 1 quilometro e meio de cumprimento, cruzando toda cidade de Damasco de Leste a Oeste, e era conhecida pelos Romanos como a Estrada do Sol.

Referências econômicas
A economia de Damasco baseia-se essencialmente de produtos alimentícios, vestuários e material impresso. A cidade possui uma tradição artesanal de importância considerável, produzindo têsteis de alta qualidade, sedas, artigos de couro, filigrana de ouro, objetos em prata, peças de madeira com entalhes e artigos de cobre e de latão. 

Referências educacionais –
Damasco é o principal centro de educação do país; e a Universidade de Damasco é a mais antiga e maior universidade da Síria. E após a promulgação da legislação que permitiu instituições privadas secundárias, várias novas universidades se estabeleceram na cidade e nas adjacências.

Referências à cultura e a centros culturais –
A corrupção é generalizada, mas nos últimos anos tem sido combatida pelo governo e por organizações não governamentais. Pechinchar é comum, especialmente nos tradicionais souks.
As tradições culturais são mulçumanas. Há muitas obras da arquitetura islâmicas em Damasco. Sua mais notável construção é a Grande Mesquita ou Mesquita de Umayyad, ou Omayyad. Construída no ano de 705, século VIII d. C., é coroada com esplêndida cúpula, torres elevadas e um grande número de minaretes, um dos quais é conhecido como “Minarete de Jesus”; porque, segundo a tradição islâmica, Jesus aparecerá no alto deste minarete no dia do Juízo Final. No lado sul da mesquita, na viga superior de uma porta, há uma inscrição em grego que diz: “Teu reino, Ó Cristo, é um reino eterno”. Há um santuário na mesquita que dizem ter sido construído para conter a cabeça de João Batista.
Há, também, outros grandes e importantes marcos como: o Azem Palace, construído em 1749, é o mais belo exemplo da arquitetura de Damasco, abriga o Museu de Artes e Tradições Populares da Síria, o prédio foi construído com basalto preto e rochas sedimentares brancas; o Museu Nacional da Síria; o Museu Militar; o Museu de Caligrafia Árabe; a Igreja de Santo Ananias, capela baixa semelhante a uma caverna, abaixo do nível da rua, foi construída no porão da casa de Ananias, onde cristãos do mundo inteiro se encontram para meditar a experiência de conversão do apóstolo Paulo; o Damasco Cidadela; os Souqs Velhos como Al – Hamidieyed e Pasha Midhat; Bimaristan Al – Nory; o Mausoléu de Saladin, ou de Saladino, erguido em 1196; a Igreja de São Paulo, construída no local onde o apóstolo fugiu dos seus perseguidores, num cesto de vime, que conserva o ambiente genuíno no qual Paulo de Tarso viveu; e a mesquita Takiyyeh Al – Sulaymaniyyeh, construída em estilo otomano, em 1554, suas camadas de pedras pretas e brancas e os longos minaretes impressionam; o Bimaristan Nur er Din, fundado em 1154, monumento da cidade antiga, como hospital-escola de medicina.
A Cidade Antiga de Damasco, bem como o Sítio de Palmira, é Patrimônio Mundial da Síria.  Em 2008, Damasco foi escolhida como a Capital Árabe da Cultura.

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Capela de Ananias - Rua Direita

Referências sobre religiões  
A maioria dos damascenos, ou 75%, são mulçumanos sunitas. Acredita-se que há mais de mil mesquitas em Damasco, sendo mais famosa a Mesquita dos Omíadas. Fora dos muros da cidade velha, às margens do rio Barada que corta a cidade em duas, sobre a antiga residência de Soleimán O Magnífico, datada de 1516, fica a mesquita com o seu nome. Há alguns bairros cristãos, como Bab Touma, e muitas igrejas, principalmente a antiga igreja de São Paulo de Hahanya. Grande número de igrejas e mosteiros foi construído no período bizantino.

Referências sobre transportes
Damasco está ligada ao Líbano, ao Iraque, à Jordânia e à Turquia, assim como ao resto do país, através de aotoestradas modernas. O Aeroporto Internacional de Damasco fica a vinte quilômetros a leste da cidade com conexões com o mundo árabe, países da Ásia, da Europa e da África e, recentemente, com cidades sul-americanas. O transporte público depende grandemente de micro-ônibus. Há cerca de cem linhas que operam no centro da cidade e algumas delas se estendem até os subúrbios próximos.

Referências sobre os arredores de Damasco
Nas adjacências de Damasco, há localidades que vale a pena visitar: Malula e Seydnaya. Os habitantes de Malula falam o arameu, a língua de Jesus, que é falada, também, em dois povoados vizinhos: Jabadin e Bejaa, onde se encontra os monastérios de São Sergius e de Santa Tecla.
Ao sul de Damasco, se localiza o Santuário de Saida Zainab, cujo interior é todo decorado de prata e ouro. Outra cidade que vale a pena visitar é Zabadani, ao norte de Damasco.

Contribuição de Irinéa Pereira Gomes


CAP. VII: AS EPÍSTOLAS


Segunda viagem Missionária do Apóstolo Paulo – Parte II

Atenas

Em Atenas
Timóteo chegara de Corinto, carregado de boas notícias: Áquila e Prisca estavam na Capital da Acaia (Corinto). Paulo então movido por recordações de Jeziel e Abigail e com vontade de encontrar o casal resolveu partir.

Corinto

Em Corinto
Áquila e Prisca narraram suas experiências, vitórias e suplícios em Roma.
Paulo expôs ao casal que pretendia fundar uma igreja em Corinto ao que o casal se colocou à disposição  para todos os serviços.
O ex-rabino recebeu vários enviados de Tessalônica, Beréia e outros pontos onde fundara igrejas. Todos tinham assuntos urgentes que requeriam delicadas intervenções da parte de Paulo.  Silas e Timóteo foram convocados, devido a impossibilidade de atender todos.
Confortado pelo concurso dos amigos, Paulo falou, pela primeira vez, na sinagoga. Sua palavra vibrante logrou êxito extraordinário. Judeus e gregos falaram de Jesus com entusiasmo. O tecelão foi convidado a pros seguir nos comentários religiosos, semanalmente.
Mas tão logo começou a abordar as relações existentes entre a Lei e o Evangelho, repontaram os atritos. Os israelitas não toleravam a superioridade de Jesus sobre Moisés, e, se consideravam o Cristo como profeta da raça, não o suportavam como Salvador.
Alguns israelitas mais exaltados quiseram agredi -lo, provocando tumulto. Mas um romano de nome Tito Justo, aproximou-se e estendeu-lhe os braços de amigo. Paulo pôde sair incólume do recinto, encaminhando-se para a residência do benfeitor, que pôs à sua disposição todos os elementos imprescindíveis à organização de uma igreja ativa.
Foi adquirida uma casa para início dos serviços religiosos. Áquila e Prisca foram os principais colaboradores além de Lóide e Eunice.
A igreja de Corinto começou a produzir os frutos mais ricos de espiritualidade.)
Quase diariamente chegavam emissários das - regiões mais afastadas. Eram portadores da Galácia a pedirem providências para as igrejas de Pisídia; companheiros de Icônio, de Listra, de Tessalônica, de Chipre, de Jerusalém. Os assuntos eram urgentes quão variados. Aos poucos, compreendeu que não bastava enviar emissários.
Entregou-se a oração e ouviu uma voz: - Não temas prossegue ensinando a verdade e não te cales, porque estou contigo.
O Apostolo aproveitando o ensejo pensou em seus problemas e a voz disse: - Não te atormentes com as necessidades do serviço. É natural que não possas assistir pessoalmente a todos, ao mesmo tempo. Mas é possível a todos satisfazeres, simultaneamente, pelos poderes do espírito.  E a voz continuou: - Poderás resolver o problema escrevendo a todos os irmãos em meu nome: os de boa vontade saberão compreender, porque o valor da tarefa não está na presença pessoal do missionário, mas no conteúdo espiritual do seu verbo, da sua exemplificação e da sua vida. Doravante, Estevão  permanecerá mais conchegado a ti, transmitindo-te meus pensamentos, e o trabalho de evangelização poderá ampliar-se em benefício dos sofrimentos e das necessidades do mundo.
Ao fazer a primeira Epistola recordou que o mestre lhe prometera associar Estevão à tarefa, julgou não dever atuar por si só e chamou Timóteo e Silas para redigir a primeira de suas epístolas.
Os israelitas pobres encontravam na igreja um lar generoso, onde Deus se lhes manifestava em demonstrações de bondade, ao contrário das sinagogas, em cujo recinto, em vez de pão para a fome voraz, de bálsamo para as chagas do corpo e da alma, encontravam apenas a rispidez de preceitos tirânicos, nos lábios de sacerdotes sem piedade. A sinagoga esvaziava-se.
Os Judeus de Corinto tramaram um movimento terrível de perseguição ao Apóstolo.
Abriu-se um processo contra Paulo. Na época Júnio Gaio era o procônsul da Acaia, por essa razão o processo chegou às mãos de Júnio sem que Paulo soubesse. Era tão grande as acusações levantadas pelos israelitas, que o administrador foi compelido a determinar a prisão de Paulo para o inquérito inicial.
A sinagoga pediu para lhe fosse delegada a tarefa de conduzir o acusado ao tribunal. A permissão foi concedida.
A noite o ex-rabino foi preso, quando pregava. Apesar de a igreja querer se revoltar Paulo não permitiu. A superioridade espiritual de Paulo incomodou tanto a um dos componentes do grupo, que lhe deu açoites no rosto. Na prisão Paulo foi atado ao tronco do suplício e recebeu os 39 açoites.
Paulo foi envolvido em sublime paz, que banhava-lhe o coração de brandos consolos experimentava a confiança no Cristo. Nestas disposições não lhe doíam os açoites. Na prova rude e dolorosa compreendeu, alegremente, que havia atingido a região de paz divina, no mundo interior, que Deus concede a seus filhos depois das lutas acerbas e incessantes por eles mantidas na conquista de si mesmos.  Submerso em pensamentos sublimes, Paulo de Tarso sentiu o seu primeiro grande êxtase. No tribunal Paulo mantinha a serenidade. 
Júnio Gaio conclui que Paulo não cometeu crime algum. Advertiu que os Judeus deviam, antes de qualquer acusação injusta, examinar a obra generosa da igreja de Corinto e que não desejava a função de juiz em assunto daquela natureza. Declarando Paulo absorvido da acusação, em plena liberdade. 
Sóstenes, que acusara Paulo, foi atacado pela multidão quando saia do julgamento. Júnio Gaio ao ser interpelado para intervir não o quis dirigindo um olhar de simpatia a Paulo.
Mas Paulo foi ao topo da escada e bradou: - Irmão, apaziguai-vos pro amor ao Cristo!... e cessaram os rumores e impropérios. E Paulo acorreu pressuroso em socorrer Sóstenes,  cujo rosto sangrava. Os cristãos, por apelos de Paulo, conduziram-no com extremos cuidados a sua residência.
Paulo  resolve ir ajudar João na fundação definitiva da Igreja de Éfeso na Ásia.
Dentro de um mês Paulo, Áquila e Prisca, partiram em demanda de Éfeso.

Éfeso

Em Éfeso
Depois de viagem difícil, repleta de incidentes penosos, Paulo e os companheiros chegaram a Éfeso.
A igreja de Éfeso estava repleta de polêmica estéreis. Paulo para auxiliar à João manteve acaloradas discussões com os judeus da sinagoga.
Paulo visitou a Maria a Mãe de Jesus. Ela narrou fatos relacionados ao seu Filho. Paulo interessou-se pelas narrativas a respeito da noite do nascimento de Jesus. Prometeu voltar a fim de recolher os dados indispensáveis ao Evangelho que pretendia escrever para os cristãos do futuro.
Vendo que Áquila e Prisca se encontravam instalados e satisfeitos, Paulo resolve demandar para Jerusalém levando a coleta feita. Silas e Timóteo iriam com ele.

(Fim da segunda viagem Missionária do Apóstolo Paulo)

Jerusalém

Em Jerusalém
Paulo, Silas e Timóteo foram recebidos com júbilos por Pedro. Paulo, percebeu que o ex-pescador, apesar de sereno, estava com grande abatimento físico em virtude de lutas terríveis e incessantes para que a igreja suportasse, sem maiores abalos, as tempestades primitivas.
Paulo entregou alegremente, a pequena fortuna, cuja aplicação iria assegurar maior independência a instituição de Jerusalém. Pedro agradeceu comovido e abraçou -o com lágrimas. Os pobres, os órfãos, os velhos desamparados e os convalescentes teriam doravante uma escola abençoada de trabalho santificante. Pedro falou com entusiasmo das Epístolas e seu sucesso junto as igrejas que as liam, copiavam e estudavam minuciosamente.
Após alguns dias Paulo e os companheiros demandaram para Antioquia.

Antioquia

Em Antioquia
Na companhia dos companheiros queridos, Paulo descansou por algum tempo. Nessa época, não passava semana que não recebesse representações de diversas igrejas, dos pontos mais distantes. Terminado o estágio em Antioquia voltou ao berço natal.

Terceira viagem Missionária do Apóstolo Paulo

Terceira viagem de Paulo

Em Tarso, Galácia e Frígia
Paulo falou as verdades eternas em Tarso depois demandou pelas comunidades de toda a Galácia e Frígia.
Nesse afã incansável e incessante, conseguiu arregimentar novos discípulos para Jesus, distribuindo grandes benefícios em todos os recantos iluminados pela sua palavra edificante, porque também ilustrada em fatos.
Em toda parte, lutas sem tréguas, alegrias e dores, angústias e amarguras do mundo, que não chegavam a lhe arrefecer as esperanças nas promessas de Jesus. De um lado, eram os israelitas rigorosos, inimigos ferrenhos e declarados do Salvador; do outro, os cristãos indecisos, vacilando entre as conveniências pessoais e as falsas interpretações. O missionário tarsense, no entanto, conhecendo que o discípulo sincero terá de experimentar as sensações da “porta estreita” todos os dias, nunca se deixou empolgar pelo desânimo, renovando a cada hora o propósito de tudo suportar, agir, fazer e edificar pelo Evangelho, inteiramente entregue a Jesus -Cristo.
Vencidas as lutas indefessas resolveu voltar a Éfeso, interessado na feitura do Evangelho decalcado nas recordações de Maria.
  
Em Éfeso
Áquila e Prisca haviam retornado a Corinto. Embora pretendesse apenas manter algumas conversações mais longas com a filha inesquecível de Nazaré, foi compelido a enfrentar a luta séria com os cooperadores de João.
A sinagoga conseguira grande ascendente político sobre a igreja da cidade, que ameaçava naufragar. O ex-rabino percebeu o perigo e aceitou a luta, sem reservas. Durante três meses discutiu na sinagoga, em todas as reuniões. A cidade, que se mantinha em dúvidas atrozes, parecia alcançar uma compreensão mais elevada e mais rica de luzes. Multiplicando as curas maravilhosas, Paulo, um dia, tendo imposto as mãos sobre alguns doentes, foi rodeado por claridade indefinível do mundo espiritual. As vozes santificadas, que se manifestavam em Jerusalém e Antioquia, falaram na praça pública. Este fato teve enorme repercussão e deu maior autoridade aos argumentos do apóstolo.
Ficou no trabalho em Éfeso mais de dois anos.
Com as conversões e pregações de Paulo o consumo de estatuetas e outros artefatos da deusa Diana tiveram sua venda muito diminuída, ao que fez com que os artífices e ourives da cidade fizessem uma revolta contra Paulo, não o encontrando em casa de Áquila, destruíram tudo ali. Como Paulo estava em casa de outro amigo não o acharam.
Paulo vendo que se ficasse a revolta dos ourives prejudicaria os seus amigos da igreja resolveu partir. Demorou-se ainda em Éfeso até conseguir a liberdade dos detentos. E conseguido isso foi para Trôade.

Em Trôade
Acompanhado de alguns amigos  chegou a Troâde, onde se demorou alguns dias.
Mas a fadiga acentuava-se cada vez mais. As preocupações o enervavam. Tinha no íntimo profunda desolação, que a insônia agravava dia a dia. Lembrando-se da ternura dos irmãos de Felipes resolveu ali repousar alguns momentos.
Acompanhado de alguns amigos dirigiu -se para Trôade, onde se demorou alguns dias, edificando os irmãos na fé. A fadiga, entretanto, acentuava-se cada vez mais. As preocupações enervaram-no. Experimentava no íntimo profunda desolação, que a insônia agravava dia a dia. Paulo, que nunca esquecera a ternura dos irmãos de Filipes, deliberou, então, procurar ali um abrigo, ansioso de repousar alguns momentos.

Em Felipes
O Apóstolo foi acolhido com inequívocas provas de carinho e consideração. Outra agradável surpresa ali o esperava: Lucas encontrava-se acidentalmente na cidade e foi abraçá-lo. Esse encontro reanimou-lhe o ânimo abatido. Avistando-se com o amigo, o médico alarmou-se. Paulo pareceu-lhe extremamente debilitado, triste, não obstante a fé inabalável que lhe nutria o coração e transbordava dos lábios.
Paulo sentia que seria a última vez que descansaria em Felipes ao falar isso a Lucas o mesmo questionou por que. Paulo disse que iria para o Ocidente ao que Lucas se ofereceu para ir junto a Corinto. O que alegrou a Paulo.

Em Corinto
Começou a planejar sua viagem a Roma. Resolveu escrever uma carta aos amigos romanos que o antecedesse. Febe que teria que ir a Roma, de bom grado, levou o documento.
Estava tudo pronto para a partida para Roma, quando chegou Abdias, mensageiro de Tiago, trazendo uma carta confidencial para Paulo.
Tiago narrava na carta as novas perseguições aferradas que a igreja sofria. Confidenciou que Pedro havia sido banido da cidade. A igreja fora assaltada por fariseus sem consciência e só não sofrera depredações de maior vulto em virtude do respeito que o povo lhe consagrara. O Sinédrio alegava necessidade de um entendimento com Paulo a fim de conceder tréguas. Como Tiago considerava-se envelhecido e cansado, sem a colaboração de Pedro temia sucumbir. Pedia então que Paulo fosse a Jerusalém esclarecer o Sinédrio. Depois disso Paulo poderia ir para onde lhe agradasse. Paulo refletiu se deveria atendê-lo ou não, levando em consideração as diferenças que tinha com Tiago. Resolveu consultar o evangelho e abriu em : - Concilia-te depressa com o teu adversário. Paulo resolveu atender ao pedido de Tiago.
Na noite em que recebeu a carta, Paulo sonhou com Jeziel e Abigail que lhe disseram: - Não te inquiete, Paulo. É preciso ir a Jerusalém par ao testemunho imprescindível. E disse ainda: - Tranquiliza-te, porque irás a Roma cumprir um sublime dever, não porém, como queres, mas de acordo com os desígnios do Altíssimo. E continuou: - Depois então, será a nossa união eterna em Jesus-Cristo, para a divina tarefa do amor e da verdade à luz do Evangelho.
Paulo ficou ainda três meses em Corinto, quando a Sinagoga principal de Acaia recebeu secretas notificações de Jerusalém, nada menos que a eliminação de Paulo a qualquer preço. Paulo percebeu a insídia e se despediu prudentemente dos coríntios partindo com Lucas e Silas, a pé, para visitar as igrejas de Macedônia.

De Corinto a Jerusalém
Por toda parte pregou o evangelho convencido de que era a última vez que fixava aquelas paisagens.
Foram a Felipes depois a Trôade.
Adquirindo em seguida um barco muito ordinário, Paulo e os discípulos prosseguiram a viagem para Jerusalém, distribuindo consolações e socorros espirituais às comunidades humildes e obscuras.
Em Éfeso foi muito comovente sua estada. A própria Maria, avançada em anos, acorrera de longe em companhia de João e outros discípulos, para levar uma palavra de amor ao paladino intimorato do Evangelho de seu Filho. Os anciães receberam-no com ardorosas demonstrações de amizade, as crianças ofereciam-lhe merendas e flores.
A viagem continuou Rodes, Pátara, Tiro, Ptolemaida e finalmente Cesaréia onde se hospedam na casa de Felipe. 
Ágabo  mediunizado  faz dolorosos vaticínios.
Chega um emissário de Tiago de nome Mnason que traz o pedido de Tiago de que por prudência Paulo não procurasse de imediato a Igreja de Jerusalém, mas sim, fosse a casa de Mnason que então Tiago lá iria encontra-lo. 

Publicada por Graça Leite