Paulo e Estêvão
domingo, 9 de agosto de 2015
CAP IX - O prisioneiro do Cristo
www.google.com.br/
O Navio de Adramítio da Mísia, em que o Apóstolo
Paulo viajava chegou Sidom, repetindo-se as cenas comovedoras da despedida na
Cesaréia. Júlio, o centurião da guarda, permitiu que Paulo fosse ter com os
amigos na praia. Paulo conquistou ascendência moral sobre o comandante,
marinheiros e guardas e, pregava constantemente durante a viagem.
Depois de costear a Fenícia, surgiram os
contornos da ilha de Chipre. Nas proximidades de Panfília exultou de íntima
alegria pelo dever cumprido, e assim chegou ao porto de Mira, na Lícia.
Foi aí que Júlio resolveu tomar passagem com os
companheiros numa embarcação alexandrina, que se dirigia para a Itália. O navio estava com excesso de
carga, além de trigo transportava duzentas e setenta e seis pessoas. Os ventos sopravam de
rijo, contrariando a rota. Depois de longos dias, ainda vogavam na região do Cnido. Vencendo
dificuldades extremas conseguiram tocar em alguns pontos de Creta.
Paulo observando os obstáculos da jornada e
obedecendo à própria intuição, aconselhou a Júlio passar o inverno em Kaloi
Limenes. Júlio conversou com o comandante e o piloto sobre a sugestão de Paulo,
porém, eles acharam inaceitável seguir a sugestão de um prisioneiro. Toraram a
direção de Fênix e um furacão atingiu de súbito a embarcação, ficando a mercê
do vento e expondo a todos padecimentos angustiosos durante duas semanas.
Todo o carregamento de trigo foi descarregado,
assim como todo o excesso de peso. Este foi um fato que contribuiu para que
Paulo ganhasse maior respeito junto a tribulação e o Centurião. Paulo pregava
para elevar os ânimos e ajudava a todos.
Decorrido quatorze dias o barco atingiu Malta. O
comandante sentindo-se humilhado com a atitude de Paulo, sugere a dois soldados
o assassínio dos prisioneiros antes que fugissem, mas Júlio se opôs
terminantemente.
Malta,uma ilha localizada no Mar Mediterrâneo, ao Sul da Itália.
www.google.com.br/
Em Malta
Foram abrigados pelos nativos e os poucos romanos
que lá residiam, mas não havia acomodação para todos e o frio era intenso.
Paulo dando mostras de experiência no afrontar intempéries, sugere que se faça
fogo sem demora. Quando Paulo atirava um feixe de ramos secos uma
víbora extremamente venenosa cravou-lhe os dentes na mão. O Ex-rabino
susteve-a no ar e com um gesto sereno e a atirou no fogo, para admiração de
todos. O chefe da coorte e os nativos da ilha estavam desolados porque as
vítimas de tal réptil não sobreviveriam mais que algumas horas. Afirmavam que
Paulo deveria ser um grande criminoso pois se salvara do naufrágio para
encontrar a morte na mordida da víbora.
Diante do prognóstico dos nativos Timóteo se
aproximou de Paulo que orava com fervor e disse o que os nativos falavam,
porém Paulo afirmou:
- Não te impressiones. Estejamos atentos aos nossos
deveres, porque a ignorância sempre está pronta a transitar da maldição ao
elogio e vice-versa. É Bem possível que em algumas horas me considerem um
deus.
Com efeito ao verem que Paulo não apresentava
nenhuma ocorrência relacionada a mordida da víbora, passaram a considerá-lo uma
entidade sobrenatural a qual todos deveriam obedecer. Públio Apiano, o mais
alto funcionário de Malta, ordenou providências para socorrer os náufragos e
reservou os melhores cômodos de sua própria moradia ao comandante e ao
centurião, ao que o chefe da coorte pediu a mesma deferência para o Apóstolo.
Públio atendeu a pedido e solicitou que Paulo
atendesse seu pai que se encontrava doente. Paulo curou o pai de Públio e aproveitou
a oportunidade para pregar as verdades eternas. Públio quis conhecer o Evangelho
e Paulo mostrou os pergaminhos da Boa Nova. Públio ordenou que o documento
fosse copiado e prometeu se interessar pela situação do Apóstolo utilizando
suas relações em Roma.
Durante os meses de inverno rigoroso, os serviços
evangélicos funcionaram regularmente, em um velho salão do administrador. Local
em que multidões de enfermos foram curados. Uma vasta família cristã fora
criada na ilha. Júlio resolveu partir em um navio que havia passado o inverno
em Malta e se destinava à Itália: “Castor e Pólux”.
A caminho de Roma
Chegados a Siracusa, na Sicíla, amparado pelo
generoso centurião, agora devotado amigo, Paulo de Tarso aproveitou os três
dias de permanência na cidade, em pregações do Reino de Deus, atraindo
numerosas criaturas ao Evangelho. Em seguida, a embarcação penetrou o estreito, tocou em
Régio, aproando daí a Pouzzoles (Putéoli), não longe de Vesúvio.
Antes do desembarque o centurião aproximou-se de
Paulo e falou: – Meu
amigo, até agora estiveste sob o amparo da minha amizade pessoal, direta; daqui
por diante, porém, temos de viajar sob os olhares indagadores de quantos
habitam nas proximidades da metrópole e há que considerar vossa condição de
prisioneiro...
Paulo responde que sabia que ele teria de algemar seus
pulsos para a exata execução de teus deveres. O Centurião algemou Paulo a ele.
E determinou que Paulo e os amigos ficassem em uma pensão com ele.
Desejoso de agradar ao velho discípulo de
Jesus, mandou sindicar, imediatamente, se em Pouzzoles havia cristãos e, em
caso afirmativo, que fossem à sua presença, para conhecerem os trabalhadores da
semeadura santa. O soldado incumbido da missão, daí a poucas horas, trazia
consigo um generoso velhinho de nome Sexto Flácus, que lhe informou que já havia
uma igreja e que o Evangelho ganhava terreno nos corações; que as cartas do
ex-rabino eram tema de meditação e estudo em todos os lares cristãos.
Rogaram a Júlio permitisse a demora de Paulo
entre eles, ao menos por sete dias, ao que o chefe da coorte atendeu de bom
grado. Decorrida a semana de trabalhos frutuosos, felizes, o centurião fez ver
a necessidade de partir. A distância a vencer excedia de duzentos quilômetros,
com sete dias de marcha consecutiva e fatigante.
O pequeno grupo partiu acompanhado de mais de
cinqüenta cristãos que seguiram o ex-rabino até Fórum de Ápio, em cavalos
resistentes. Nessa
localidade, distante de Roma quarenta e poucas milhas, aguardava o Apóstolo dos
gentios a primeira representação dos discípulos do Evangelho na cidade
imperial.
De lá a caravana demandou o sitio denominado “As
Três Tavernas” acrescida agora do grande veículo que levava os anciães
romanos sempre rodeada de cavaleiros fortes e bem dispostos. Paulo tinha a
impressão de haver aportado a um mundo diferente da sua Ásia cheia de combates
acerbos. A figura mais representativa dos anciães tomou assento ao lado de
Paulo, o velho Apolodoro, que depois de se certificar da simpatia de Júlio pelo
Evangelho tornou-se mais vivo e minuciosos no seu noticiário verbal, atendendo
as perguntas do Apóstolo.
— Vindes a Roma em boa época — acentuava o
velhinho em tom resignado —; temos a impressão de que nossos sofrimentos por
Jesus vão ser multiplicados. Estamos em 61, mas há três anos que os discípulos
do Evangelho começaram a morrer nas arenas do circo pelo nome augusco do
Salvador.
www.google.com.br/
Via Nomentana é uma antiga estrada
da Itália. A ponte Nomentano foi construída acima do rio Aniene, no declive da
colina do Monte Sacro. Repetidamente destruídos e restaurados a ponte apresenta
uma variedade de materiais e técnicas de construção que abarca uma ampla
extensão, desde a antiguidade até a Idade Média e moderno. Conforme a
técnica de construção e os materiais utilizados, a ponte original é datada
entre o final do segundo e início do século I aC.
Em Roma
Quando alcançaram a Porta Capena, centenas de
mulheres e crianças aguardavam o Apóstolo. Obedecendo as ponderações amigas de
Polodoro, o grupo dispersou-se. O centurião considerando que Paulo precisava de
repouso resolveu passar a noite numa hospedaria e apresentar-se com os
prisioneiros no dia imediato, ao Quartel dos Pretorianos.
O centurião, no intuito de esclarecer o caso do
Apóstolo, preferiu esperar o General Búrrus, conhecido por ser honesto.
O ex-rabino foi conduzido ao cárcere até que sua
documentação fosse examinado e seu estado de cidadão romano fosse comprovado.
Após constatação, poderia esperar em liberdade vigiada junto com um soldado
(custódia liberta). Depois de uma semana, em que lhe fora permitido o contato
permanente com seus companheiros o apóstolo recebe ordem de fixar residência
nas proximidades da prisão até que fosse julgado.
O Apóstolo Paulo continuou a redigir Epístolas
consoladoras e sábias as comunidades distantes.
Orientou aos companheiros para procurarem trabalho
e diariamente ia na prisão tomar sua refeição, e aproveitava para pregar aos
detentos.
Paulo pediu a presença dos anciães judeus no seu
aposento para apresentar o Evangelho. Muitos foram e ao ouvi-lo disseram que
conheciam Jesus como um revolucionário condenado e nada sabiam sobre Paulo. Expressaram
desejo que todos ouvissem sua fala e não apenas eles. Foi marcado um dia e
vasta aglomeração de israelitas compareceram no quarto humilde. Paulo pregou a
Boa Nova e explicou a missão de Cristo, desde a manhã até a tarde.
Destoando dos sentimentos da maioria um
velhinho judeu aproximou-se e disse: - Reconheço o exato sentido da vossa
palavra, mas desejaria pedir-vos que este Evangelho continuasse a ser
ministrado à nossa gente. Há seguidores de Moisés bem intencionados, que podem
aproveitar o ensino de Jesus, enriquecendo-se com os seus valores eternos.
Paulo disse que seu quarto estava à disposição e que não poderia pregar
na sinagoga por estar preso. Mas que ia escrever uma carta a eles.
Durante dois meses Paulo trabalhou na carta que
seria conhecida como Epístola aos Hebreus.
Ficou assim preso em Custódia Liberta por quase
dois anos.
Um legionário levou um dia a Paulo um homem de
grande influência política chamado Acácio Domício que tinha ficado cego
misteriosamente, Paulo o curou. Desta forma, prometeu que Paulo seria absolvido
já na próxima semana. De fato, decorrido 4 dias o velho servidor foi chamado a
depor. E devido a simpatia despertada por Paulo e os esforços de Acácio,
que contava até com a amizade de Popéia Sabina, conseguiu a absolvição de
Paulo.
Durante
um mês, no princípio do ano 63, visitou as comunidades cristãs de todos os
bairros da capital do Império. Sua presença era disputada por todos os
círculos, que o recebiam entre carinhosas manifestações de respeito e de amor
pela sua autoridade moral. Organizando planos de serviço para todas as igrejas
domésticas que funcionavam na cidade, e depois de inúmeras prédicas gerais nas
catacumbas silenciosas, o incansável trabalhador resolveu partir para a
Espanha. Debalde intervieram os colaboradores, rogando-lhe que desistisse. Nada
o demoveu. De há muito, alimentava o desejo de visitar o Extremo do Ocidente e,
se fosse possível, desejaria morrer convicto de haver levado o Evangelho aos
confins do mundo.
domingo, 2 de agosto de 2015
CAP VIII - O
martírio em Jerusalém
www.google.com.br/
Em
Jerusalém
A noite Tiago chega em casa de
Mnason. Ao contrário de outras vezes, o ex-rabino sente extrema simpatia pela
pessoa de Tiago, que parecia inteiramente modificada pelos vicissitudes e
aflições da vida.
O filho de Alfeu explica que o
Sinédrio, a fim de abrandar as perseguições contra ele, exigia que Paulo
pagasse o voto de Nazireu de quatro judeus pobres e comparecesse ao Tempo com
eles durante sete dias consecutivos.
Paulo que pensava que o Sinédrio ia
decretar sua morte, considera o pedido simples.
Tiago se explica para Paulo sobre seu
posicionamento extremamente judaico e Paulo ajuíza que agora percebia que a
vida exige mais compreensão que informação.
Como Paulo não tem recursos, fica
acertado que a Igreja de Jerusalém pagaria as despesas necessárias pela exigência
do Sinédrio.
A presença de Paulo no Templo causou
enorme sensação em todos os círculos do farisaísmo. Após a humilhação do
terceiro dia, o Sinédrio queria impor sentenças novas. Uma vez que Paulo estava
acompanhado em um lugar sagrado por Trófimo, de origem grega e estranho às
tradições israelitas, foram abertas novas acusações contra Paulo. Percebendo a
trama pediu que Trófimo não mais o acompanhasse.
No último dia ao colocar-se em
posição de orar, alguns exaltados começaram a gritar: - Morte ao desertor,
Pedras à traição! – Pagarás teu crime! – É necessário que morras!...
Paulo se entregou sem resistência.
Foi deixado pelos exaltados
exatamente no pátio do suplicio de Estevão. Paulo pensa: - Não estava ali o
passado a reclamar resgates dolorosos? Não seria justo padecer muito pelo muito
que martirizara os outros?
A semelhança de Estêvão, começou a
ser apedrejado, mas Trófimo e Lucas cientes da gravidade da situação,
procuraram o socorro das autoridades romanas. Um tribuno militar organizou um
troço de soldados e foram ao átrio e arrebataram Paulo da multidão.
Paulo percebendo que não fora a
Jerusalém tão-só para acompanhar quatro nazireus e sim para dar testemunho mais
eloquente do Evangelho, interroga o tribuno com humildade: - Permitis,
porventura, que vos diga alguma coisa? Em puro grego. O chefe da coorte
replicou admirado: - Não és tu o bandido egípcio...Ao que Paulo responde:
- Não sou ladrão. Sou cidadão de Tarso rogo-vos permissão de falar ao povo. O
militar boquiaberto com tamanha distinção de gestos cedeu, embora hesitante.
Os mais exaltados tentaram romper o
cordão de isolamento, ao que Zelfos agiu rápido mandou recolher Paulo no
interior da Torre Antônia e dispersou os recalcitrantes a pata de cavalo.
Quando viu que iria ser açoitado, revelou sua condição de cidadão romano.
Imediatamente pararam os preparatórios para o suplício e chamaram Zelfos este
junto com Claudio Lísias preocupados resolveram apresentar Paulo ao Sinédrio,
mas com proteção militar.
O tratamento dispensado a Paulo é
modificado, com mais respeito e recebeu a visita de sua irmã Dalila e o
sobrinho Estefânio.
Paulo foi levado ao julgamento, porém
foi agredido. Percebendo o rumo dos acontecimentos fez um comentário sobre a
ressurreição. Esse era um tema controverso entre Fariseus e Saduceus, assim, o
fato gerou grande balbúrdia e fez com que os Saduceus se atirarem contra os
Fariseus com gestos e apóstrofes delirantes. Então Claudio Lísias, determinou o
encerramento dos trabalhos e que o prisioneiro voltasse ao cárcere, até
que os judeus resolvessem discutir o caso com mais critério e serenidade.
Devido a simpatia do tribuno por
Paulo, este teve um guarda para atendê-lo em suas necessidades, recebeu água,
remédio, alimentos e visitas de amigos.
Novamente a voz lhe diz que terá
que testemunhar em Roma também. De pronto sentiu novas forças.
Estefânio diz a Paulo que o Sinédrio
planejava matá-lo na próxima audiência e que já havia 40 judeus que prometeram
matá-lo. Paulo pede que levem o jovem a Cláudio Lísias.
Enquanto o Tribuno avaliava a veracidade
da informação trazida por um jovem quase criança e ainda sobrinho do
prisioneiro, recebe a visita de Tiago, ao qual devia favores, que repetiu o
plano já denunciado e conta a história de Paulo e que ele viera a cidade a
seu pedido e roga que seja tomada medidas para impedir o monstruoso atentado.
Tiago sugeriu então a transferência
de Paulo para a Cesaréia, tendo em vista um julgamento mais justo. Ao que
Cláudio Lísias concordou e assim fez.
Uma força de 400 homens escoltaria
Paulo que recebeu uma das melhores montarias.
www.google.com.br/
Em Cesaréia
O Governador Félix recebeu a
expedição com enorme espanto. Como Paulo era de origem Judaica, convocou a
representação do Sinédrio. Cinco dias depois o próprio Ananias chefiou os que
foram a Cesaréia, levando Tértulo, uma das mais notáveis mentalidades que
cooperavam no colendo sodalício.
Félix, com dúvida sobre o veredicto,
resolve adiar a sentença até que Cláudio Lísias seja ouvido. O governador, faz
uma proposta de suborno a Paulo, que não a aceita pois não serviria de
obstáculo a redenção espiritual do mais humilde funcionário da Cesaréia.
Dar-lhes dinheiro em troca de uma independência ilícita seria habituá-los ao
apego dos bens que lhes não pertencem. A lição humilhara o governador e desde
então se desinteressou da causa.
A esposa do governador quis conhecer
e ouvir Paulo. Drusila de origem Judia quis sondar-lhe as ideias mais profundas
e pediu um comentário geral da nova doutrina, no entanto, quando Paulo começou
a falar das responsabilidades do homem frente a ressurreição o governador se
fez pálido e interrompeu a pregação.
Paulo ficou dois anos preso na
Cesaréia onde aproveitou para manter relações constantes com as Igrejas fundadas
através de mensagens.
Como não poderia ir a Éfeso fazer uma
biografia de Jesus baseada em memórias de Maria incumbiu Lucas de fazê-lo. Encarregou
também Lucas de escrever o Atos dos Apóstolos.
Felix foi transferido deixando Paulo
a própria sorte.
O novo governador Pórcio Festo,
chegou e foi visitar Jerusalém, momento em que recebeu a solicitação do
Sinédrio da restituição do prisioneiro. Ao que Pórcio decidiu que os rabinos o
acompanhariam na volta para que ele então decidisse o destino de Paulo.
Lucas, de coração oprimido, foi ter
com Paulo e contou os planos do Sinédrio de crucificá-lo qual o mestre e no
mesmo local. Paulo ficou espantado, não aceitaria isso. Ninguém logrará um
Calvário igual ao do mestre. Desejava morrer como um homem comum e pecador.-Se
me condenarem, não estarão em erro. Sou imperfeito e preciso testemunhar nessa
condição verdadeira de minha vida. Dê outro modo seria perturbar minha
consciência, provocando um falso apreço humano.
Pórcio queria entregar Paulo mas
temia fazê-lo levianamente, e então consulta Paulo, que então conforme
planejara: Apela para Cesar.
Pórcio concorda: - Apelastes para
César? Irás a César!
Herodes Agripa e Berenice foram
visitar o novo governador ao que sabendo de Paulo manifestaram o desejo de
conhecê-lo ao que Pórcio gostou para ter mais subsídios da peça justificatória
da prisão de Paulo.
Paulo impressiona Agripa e quase o
faz fazer uma profissão de fé cristã o que o Rei consegue se eximir...
Berenice foi a primeira a pedir
clemência ao prisioneiro os demais seguiram a mesma corrente de benévola
simpatia. Agripa tentou uma fórmula digna para que o Apóstolo fosse restituído
a liberdade, mas o Governador disse que conhecendo a fibra moral de Paulo,
tomara a sério o seu recurso para Cesar.
Paulo sabedouro da decisão, com
serenidade, dirigiu-se as igrejas mobilizando todos os amigos de Cesaréia,
menos os que o acompanhariam.
O centurião Júlio foi o encarregado
de determinar todas as providências e por simpatia pelo Apóstolo, ordenou fosse
ele conduzido à embarcação desalgemado.
A beira-mar filas de velhos, jovens e
crianças, à frente Tiago alquebrado e velhinho vindo de Jerusalém com grande
sacrifício para dar-lhe um ósculo fraternal. Bandos de crianças atiraram-lhe
flores. Tiago tomou-lhe a destra e beijou-a com efusão.
domingo, 28 de junho de 2015
DAMASCO
DAMASCO
Conhecida
como “Cidade do Jasmim”, Al-Fayha’a, “a cidade perfumada”, Al-Sham, Jollaq, “a
rainha das águas”, “dos céus benditos”, “a esmeralda do deserto” e “Pérola do
Oriente”, como a denominou o Imperador Juliano, Damasco é a capital da Síria e um
dos 14 distritos do país. O distrito de Damasco é administrado por um
governador indicado pelo Ministro do Interior. Tem ocupado posição de
importância nas áreas de cultura, ciência, política, comércio, arte e
indústria, desde os primeiros tempos.
Referências geográficas
Centro
importante dos povos do deserto, Damasco conta com 4,5, ou 4,8, milhões de
habitantes. A maioria da sua população urbana é originária de migração rural. Localiza-se
no oásis de Ghutah, (Ghouta ou al- Guta), um dos mais férteis do mundo. Oásis
com dois rios, sendo o mais importante o Barada que se bifurca em sete braços,
cruza e abastece a cidade. Situada a nordeste do lago da Galiléia e ao sudeste
da Síria, num planalto nos sopés orientais da cordilheira Antilíbano, a 680, ou
690, metros acima do nível do mar. É limitada pela citada cordilheira a oeste e
pelo deserto da Síria a leste. Apesar de estar localizada a oitenta quilômetros
da costa oriental do mar Mediterrâneo, a cadeia montanhosa a isola do litoral,
e a cidade expande-se, então, para leste. O clima é semiárido. Os verões são
quentes e os invernos, amenos. O árabe é a língua oficial da região.
O
núcleo da cidade é constituído pela cidade antiga, a Cidadela, uma cidade
dentro da cidade. Tombada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a cidade velha é
cercada por grande muralha romana de sete portas: a porta da libertação; a
porta dos pomares ou do paraíso; a porta da paz; o “Touma” ou Thomas portão;
Eastem Gate; Bab Kisan (por onde se deu a fuga de Saulo de Tarso); e o portão
pequeno, Bab al-Jabiya.
Muitos dos caminhos são enfeitados com colunas
e arcos de triunfo. A extensa cidade velha abrange: um gigantesco mercado; um
grande bairro mulçumano; um bairro cristão, menor; e uma minúscula zona
judaica. A cidade moderna fica a oeste da antiga Damasco, onde estão situadas a
maior parte das embaixadas, as universidades e alguns monumentos e edifícios.
Maior
metrópole da Síria, Damasco disputa, com Jericó e Biblos, o título de mais
antiga cidade habitada, continuamente, no mundo; sendo a cidade-capital mais
antiga do planeta. Há registros de moradores desde 5000 a. C. Por pesquisa realizada
em Tell Ramad, nos arredores de Damasco, foi sugerido que o local pode ter sido
ocupado desde a segunda metade do sétimo milênio a. C., cerca de 6.300 a. C.
Entretanto há evidências de assentamentos que remontam de 9.000 a. C., embora
não conste a presença de grandes assentamentos, dentro dos muros de Damasco,
até o segundo milênio a. C.
Antigas referências a
Damasco, como as tábuas de Ebla, informam que a cidade teve imensa influência
econômica durante três milênios a. C.; que Damasco foi habitada desde os tempos
pré-históricos e que sua história começa na época de Uz, neto de Noé. Consta que foi capital do Reino Arameu no
século XI a. C. Os arameus, ou aramites, eram nômades semitas, aportados
através da península Arábica. Consta, ainda, que foram os habitantes originais
de Damasco e muitas aldeias, nos seus arredores, são conhecidas por nomes
aramaicos.
Cidade antiga de Damasco
Referências históricas
A
primeira referência histórica data do século XV a. C., quando foi conquistada
pelo Faraó Tutmósis III. No século X a. C. Damasco esteve em guerra com outros
reinos, incluindo hebreus, e foi governada por israelitas. Na história antiga,
Nicolaus de Damasco faz uma referência a reinado de Abraão em Damasco,
referindo-se, inclusive, a uma aldeia chamada ‘habitação de Abraão’. Consta que
Damasco foi parte da antiga província de Amurru no reino dos Hicsos, durante
1720 a 1570 a. C. Todavia, os primeiros registros egípcios são as Cartas de
Amarna de 1350 a. C.
Há
informações que, por volta de 1260 a. C., a região de Damasco, assim como toda
a Séria, tornou-se um campo de batalha entre os hititas ao norte e os egípcios
ao sul, terminando com um tratado; sendo entregue o controle da área de Damasco
a Ramsés II, em 1259 a. C. A chegada dos Povos do Mar, cerca de 1200 a. C.,
marcou, na região, a transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro,
afetando a população dos grandes centros da Síria antiga, contribuindo,
todavia, para que Damasco surgisse como um centro influente.
Em
732 a. C., Tiglath-Pileser II fez dela uma parte do império assírio. Após
alguns anos, com a queda da capital assíria, Nínive, o reino de Damasco permaneceu
sob o domínio de vários povos durante centenas de anos, caindo sob o Império
Neo-Babilônio de Nabucodonosor, a partir de 572 a. C., domínio que chegou ao
fim em 538 a. C., quando Ciro, rei dos persas, capturou-a, fazendo dela a
capital persa da província da Síria. Foi conquistada em 333, ou 332, a. C., por
Parménio, um dos generais de Alexandre o Grande; e, após a morte de Alexandre,
em 323 a. C., tornou-se disputada entre os impérios Selêucidas e Ptolomeu.
Quando o poder selêucida diminuiu, Tigranes da Armênia tomou Damasco.
Após
o domínio de vários povos, inclusive, os gregos; os romanos, sob o comando de
Pompeu, ocuparam Damasco, incorporando-o à liga das dez cidades, conhecidas
como Decápolis, por ser importante centro de cultura greco-romana. No ano 37, o
imperador romano Calígula transferiu Damasco, por decreto, para controle
Nabataean. Por volta de 106, Nabataea foi conquistada pelos romanos e Damasco
passou novamente ao controle do império romano.
Colonizada pela primeira vez no início do II
século, isto é, em 222, pelo Imperador Septímio Severo, Damasco tornou-se uma
metrópole. Com a vinda da Pax Romana, começou a prosperar com as rotas de
comércio do Sul da Arábia, Palmira, Petra, e as rotas de seda da China. Após a
separação do Império Romano, em 395, tornou-se uma capital provincial do
Império Bizantino. Os árabes a ocuparam em 635. Em 636, sob o domínio dos
mulçumanos, houve uma mudança drástica para a cidade, passando de Bizâncio e do
Cristianismo para o Oriente e ao Islão.
Como
capital do Califado Omíada, de 661 até 750, teve início sua época de ouro, que
durou um século. Após a vitória da dinastia Abássida, a sede do poder islâmico
mudou-se para Bagdá, acabando sua época áurea. Passou depois por vários reinos
e califados; o mais importante foi o Califado Fatímida; voltando ao tempo de
glória quando foi conquistada por Saladino, iniciando a dinastia Aiúbida. Posteriormente,
foi conquistada por novos egípcios, os Karmathians e os turcos seljúcidas,
em 1076.
Após
a invasão mongol, tornou-se capital do reino mameluco de 1260 até 1516. Em 1516,
Damasco passou para o domínio dos turcos otomanos, permanecendo por 400 anos, até
a Primeira Guerra Mundial.
Em
1918, Damasco foi libertada por um contingente árabe sob o comando do General
Allendy, do Exército Britânico. Em 1919, foi formado o Congresso Nacional Sírio
sob o patronato de Emir Faisal, que foi declarado rei da Síria; mas, no ano
seguinte, em 1920, foi derrotado pelos franceses em nome da Liga das Nações. De
1925 a 1926, Damasco se juntou aos drusos contra os franceses e, após forte
resistência, foi proclamada independente, pelo general francês Catroux.
Durante a Segunda
Guerra Mundial, as forças francesas livres, e britânicas, entraram em Damasco,
que se tornou a capital da Síria independente em 1941, independência que só
surtiu efeito a partir de 1946. Em 1958, a Síria e o Egito se uniram para
formar a República Árabe Unida, tendo Cairo como capital, e Damasco como a
capital da região da Síria. A Síria se retirou da República Árabe Unida em 1961.
A Rua Direita (ou Via Recta) foi
construida pelos Romanos, e ha 2.000 anos atras ela tinha cerca de 26
metros de largura, e 1 quilometro e meio de cumprimento, cruzando toda cidade
de Damasco de Leste a Oeste, e era conhecida pelos Romanos como a Estrada do
Sol.
Referências econômicas
A
economia de Damasco baseia-se essencialmente de produtos alimentícios,
vestuários e material impresso. A cidade possui uma tradição artesanal de
importância considerável, produzindo têsteis de alta qualidade, sedas, artigos
de couro, filigrana de ouro, objetos em prata, peças de madeira com entalhes e
artigos de cobre e de latão.
Referências
educacionais –
Damasco
é o principal centro de educação do país; e a Universidade de Damasco é a mais
antiga e maior universidade da Síria. E após a promulgação da legislação que
permitiu instituições privadas secundárias, várias novas universidades se
estabeleceram na cidade e nas adjacências.
Referências
à cultura e a centros culturais –
A
corrupção é generalizada, mas nos últimos anos tem sido combatida pelo governo
e por organizações não governamentais. Pechinchar é comum, especialmente nos
tradicionais souks.
As
tradições culturais são mulçumanas. Há muitas obras da arquitetura islâmicas em
Damasco. Sua mais notável construção é a Grande Mesquita ou Mesquita de
Umayyad, ou Omayyad. Construída no ano de 705, século VIII d. C., é coroada com
esplêndida cúpula, torres elevadas e um grande número de minaretes, um dos
quais é conhecido como “Minarete de Jesus”; porque, segundo a tradição
islâmica, Jesus aparecerá no alto deste minarete no dia do Juízo Final. No lado
sul da mesquita, na viga superior de uma porta, há uma inscrição em grego que
diz: “Teu reino, Ó Cristo, é um reino eterno”. Há um santuário na mesquita que
dizem ter sido construído para conter a cabeça de João Batista.
Há,
também, outros grandes e importantes marcos como: o Azem Palace, construído em
1749, é o mais belo exemplo da arquitetura de Damasco, abriga o Museu de Artes
e Tradições Populares da Síria, o prédio foi construído com basalto preto e
rochas sedimentares brancas; o Museu Nacional da Síria; o Museu Militar; o Museu
de Caligrafia Árabe; a Igreja de Santo Ananias, capela baixa semelhante a uma
caverna, abaixo do nível da rua, foi construída no porão da casa de Ananias,
onde cristãos do mundo inteiro se encontram para meditar a experiência de
conversão do apóstolo Paulo; o Damasco Cidadela; os Souqs Velhos como Al – Hamidieyed
e Pasha Midhat; Bimaristan Al – Nory; o Mausoléu de Saladin, ou de Saladino, erguido
em 1196; a Igreja de São Paulo, construída no local onde o apóstolo fugiu dos
seus perseguidores, num cesto de vime, que conserva o ambiente genuíno no qual
Paulo de Tarso viveu; e a mesquita Takiyyeh Al – Sulaymaniyyeh, construída em
estilo otomano, em 1554, suas camadas de pedras pretas e brancas e os longos
minaretes impressionam; o Bimaristan Nur er Din, fundado em 1154, monumento da
cidade antiga, como hospital-escola de medicina.
A
Cidade Antiga de Damasco, bem como o Sítio de Palmira, é Patrimônio Mundial da
Síria. Em 2008, Damasco foi escolhida
como a Capital Árabe da Cultura.
Capela de Ananias - Rua Direita
Referências sobre
religiões
A
maioria dos damascenos, ou 75%, são mulçumanos sunitas. Acredita-se que há mais
de mil mesquitas em Damasco, sendo mais famosa a Mesquita dos Omíadas. Fora dos
muros da cidade velha, às margens do rio Barada que corta a cidade em duas,
sobre a antiga residência de Soleimán O Magnífico, datada de 1516, fica a
mesquita com o seu nome. Há alguns bairros cristãos, como Bab Touma, e muitas
igrejas, principalmente a antiga igreja de São Paulo de Hahanya. Grande número
de igrejas e mosteiros foi construído no período bizantino.
Referências sobre transportes
Damasco
está ligada ao Líbano, ao Iraque, à Jordânia e à Turquia, assim como ao resto
do país, através de aotoestradas modernas. O Aeroporto Internacional de Damasco
fica a vinte quilômetros a leste da cidade com conexões com o mundo árabe,
países da Ásia, da Europa e da África e, recentemente, com cidades
sul-americanas. O transporte público depende grandemente de micro-ônibus. Há
cerca de cem linhas que operam no centro da cidade e algumas delas se estendem
até os subúrbios próximos.
Referências sobre os arredores
de Damasco
Nas
adjacências de Damasco, há localidades que vale a pena visitar: Malula e Seydnaya.
Os habitantes de Malula falam o arameu, a língua de Jesus, que é falada, também,
em dois povoados vizinhos: Jabadin e Bejaa, onde se encontra os monastérios de
São Sergius e de Santa Tecla.
Ao
sul de Damasco, se localiza o Santuário de Saida Zainab, cujo interior é todo
decorado de prata e ouro. Outra cidade que vale a pena visitar é Zabadani, ao
norte de Damasco.
Contribuição
de Irinéa Pereira Gomes
CAP. VII: AS EPÍSTOLAS
Segunda viagem Missionária do Apóstolo Paulo –
Parte II
Atenas
Em
Atenas
Timóteo chegara de
Corinto, carregado de boas notícias: Áquila e Prisca estavam na Capital da Acaia (Corinto). Paulo então
movido por recordações de Jeziel e Abigail e com vontade de encontrar o casal
resolveu partir.
Corinto
Em Corinto
Áquila e Prisca narraram suas experiências,
vitórias e suplícios em Roma.
Paulo expôs ao casal que pretendia
fundar uma igreja em Corinto ao que o casal se colocou à disposição para
todos os serviços.
O ex-rabino recebeu vários enviados
de Tessalônica, Beréia e outros pontos onde fundara igrejas. Todos tinham
assuntos urgentes que requeriam delicadas intervenções da parte de Paulo.
Silas e Timóteo foram convocados, devido a impossibilidade de atender todos.
Confortado pelo concurso dos amigos, Paulo
falou, pela primeira vez, na sinagoga. Sua palavra vibrante logrou êxito extraordinário.
Judeus e gregos falaram de Jesus com entusiasmo. O tecelão foi convidado a pros
seguir nos comentários religiosos, semanalmente.
Mas tão logo começou a abordar as relações
existentes entre a Lei e o Evangelho, repontaram os atritos. Os israelitas não
toleravam a superioridade de Jesus sobre Moisés, e, se consideravam o Cristo
como profeta da raça, não o suportavam como Salvador.
Alguns israelitas mais exaltados quiseram
agredi -lo, provocando tumulto. Mas um romano de nome Tito Justo, aproximou-se
e estendeu-lhe os braços de amigo. Paulo pôde sair incólume do recinto,
encaminhando-se para a residência do benfeitor, que pôs à sua disposição todos
os elementos imprescindíveis à organização de uma igreja ativa.
Foi adquirida uma casa para início
dos serviços religiosos. Áquila e Prisca foram os principais colaboradores além
de Lóide e Eunice.
A igreja de Corinto começou a
produzir os frutos mais ricos de espiritualidade.)
Quase diariamente chegavam emissários das -
regiões mais afastadas. Eram portadores da Galácia a pedirem providências para
as igrejas de Pisídia; companheiros de Icônio, de Listra, de Tessalônica, de
Chipre, de Jerusalém. Os assuntos eram urgentes quão variados. Aos poucos,
compreendeu que não bastava enviar emissários.
Entregou-se a oração e ouviu uma voz:
- Não temas prossegue ensinando a verdade e não te cales, porque estou contigo.
O Apostolo aproveitando o ensejo
pensou em seus problemas e a voz disse: - Não te atormentes com as necessidades
do serviço. É natural que não possas assistir pessoalmente a todos, ao mesmo
tempo. Mas é possível a todos satisfazeres, simultaneamente, pelos poderes do
espírito. E a voz continuou: - Poderás resolver o problema escrevendo a
todos os irmãos em meu nome: os de boa vontade saberão compreender, porque o
valor da tarefa não está na presença pessoal do missionário, mas no conteúdo
espiritual do seu verbo, da sua exemplificação e da sua vida. Doravante,
Estevão permanecerá mais conchegado a ti, transmitindo-te meus
pensamentos, e o trabalho de evangelização poderá ampliar-se em benefício dos
sofrimentos e das necessidades do mundo.
Ao fazer a primeira Epistola recordou
que o mestre lhe prometera associar Estevão à tarefa, julgou não dever atuar
por si só e chamou Timóteo e Silas para redigir a primeira de suas epístolas.
Os israelitas pobres encontravam na igreja um
lar generoso, onde Deus se lhes manifestava em demonstrações de bondade, ao
contrário das sinagogas, em cujo recinto, em vez de pão para a fome voraz, de
bálsamo para as chagas do corpo e da alma, encontravam apenas a rispidez de
preceitos tirânicos, nos lábios de sacerdotes sem piedade. A sinagoga
esvaziava-se.
Os Judeus de Corinto tramaram um
movimento terrível de perseguição ao Apóstolo.
Abriu-se um processo contra Paulo. Na
época Júnio Gaio era o procônsul da Acaia, por essa razão o processo chegou às
mãos de Júnio sem que Paulo soubesse. Era tão grande as acusações levantadas
pelos israelitas, que o administrador foi compelido a determinar a prisão de
Paulo para o inquérito inicial.
A sinagoga pediu para lhe fosse
delegada a tarefa de conduzir o acusado ao tribunal. A permissão foi concedida.
A noite o ex-rabino foi preso, quando
pregava. Apesar de a igreja querer se revoltar Paulo não permitiu. A
superioridade espiritual de Paulo incomodou tanto a um dos componentes do
grupo, que lhe deu açoites no rosto. Na prisão Paulo foi atado ao tronco
do suplício e recebeu os 39 açoites.
Paulo foi envolvido em sublime paz,
que banhava-lhe o coração de brandos consolos experimentava a confiança no
Cristo. Nestas disposições não lhe doíam os açoites. Na prova rude e dolorosa compreendeu, alegremente, que havia atingido a
região de paz divina, no mundo interior, que Deus concede a seus filhos depois
das lutas acerbas e incessantes por eles mantidas na conquista de si
mesmos. Submerso em pensamentos sublimes, Paulo de Tarso
sentiu o seu primeiro grande êxtase. No tribunal Paulo mantinha a
serenidade.
Júnio Gaio conclui que Paulo não
cometeu crime algum. Advertiu que os Judeus deviam, antes de qualquer acusação
injusta, examinar a obra generosa da igreja de Corinto e que não desejava a
função de juiz em assunto daquela natureza. Declarando Paulo absorvido da
acusação, em plena liberdade.
Sóstenes, que acusara Paulo, foi
atacado pela multidão quando saia do julgamento. Júnio Gaio ao ser interpelado
para intervir não o quis dirigindo um olhar de simpatia a Paulo.
Mas Paulo foi ao topo da escada e
bradou: - Irmão, apaziguai-vos pro amor ao Cristo!... e cessaram os rumores e
impropérios. E Paulo acorreu pressuroso em socorrer Sóstenes, cujo rosto
sangrava. Os cristãos, por apelos de Paulo, conduziram-no com extremos cuidados
a sua residência.
Paulo resolve ir ajudar João na
fundação definitiva da Igreja de Éfeso na Ásia.
Dentro de um mês Paulo,
Áquila e Prisca, partiram em demanda de Éfeso.
Éfeso
Em Éfeso
Depois de viagem difícil, repleta de
incidentes penosos, Paulo e os companheiros chegaram a Éfeso.
A igreja de Éfeso estava repleta de
polêmica estéreis. Paulo para auxiliar à João manteve acaloradas discussões com
os judeus da sinagoga.
Paulo visitou a Maria a Mãe de Jesus.
Ela narrou fatos relacionados ao seu Filho. Paulo interessou-se pelas
narrativas a respeito da noite do nascimento de Jesus. Prometeu voltar a fim de
recolher os dados indispensáveis ao Evangelho que pretendia escrever para os
cristãos do futuro.
Vendo que Áquila e Prisca se
encontravam instalados e satisfeitos, Paulo resolve demandar para Jerusalém
levando a coleta feita. Silas e Timóteo iriam com ele.
(Fim da segunda viagem
Missionária do Apóstolo Paulo)
Jerusalém
Em Jerusalém
Paulo, Silas e Timóteo foram recebidos
com júbilos por Pedro. Paulo, percebeu que o ex-pescador, apesar de
sereno, estava com grande abatimento físico em virtude de lutas terríveis e
incessantes para que a igreja suportasse, sem maiores abalos, as tempestades
primitivas.
Paulo entregou alegremente, a pequena
fortuna, cuja aplicação iria assegurar maior independência a instituição de
Jerusalém. Pedro
agradeceu comovido e abraçou -o com lágrimas. Os pobres, os órfãos, os velhos
desamparados e os convalescentes teriam doravante uma escola abençoada de
trabalho santificante. Pedro falou com entusiasmo das Epístolas e seu sucesso junto as igrejas
que as liam, copiavam e estudavam minuciosamente.
Após alguns dias Paulo e os
companheiros demandaram para Antioquia.
Antioquia
Em Antioquia
Na companhia dos companheiros queridos,
Paulo descansou por algum tempo. Nessa época, não passava semana que não recebesse
representações de diversas igrejas, dos pontos mais distantes. Terminado o
estágio em Antioquia voltou ao berço natal.
Terceira viagem
Missionária do Apóstolo Paulo
Terceira viagem de Paulo
Em Tarso,
Galácia e Frígia
Paulo
falou as verdades eternas em Tarso depois demandou pelas comunidades de toda a
Galácia e Frígia.
Nesse
afã incansável e incessante, conseguiu arregimentar novos discípulos para
Jesus, distribuindo grandes benefícios em todos os recantos iluminados pela sua
palavra edificante, porque também ilustrada em fatos.
Em
toda parte, lutas sem tréguas, alegrias e dores, angústias e amarguras do
mundo, que não chegavam a lhe arrefecer as esperanças nas promessas de Jesus.
De um lado, eram os israelitas rigorosos, inimigos ferrenhos e declarados do
Salvador; do outro, os cristãos indecisos, vacilando entre as conveniências
pessoais e as falsas interpretações. O missionário tarsense, no entanto,
conhecendo que o discípulo sincero terá de experimentar as sensações da “porta
estreita” todos os dias, nunca se deixou empolgar pelo desânimo, renovando a
cada hora o propósito de tudo suportar, agir, fazer e edificar pelo Evangelho,
inteiramente entregue a Jesus -Cristo.
Vencidas as lutas indefessas resolveu
voltar a Éfeso, interessado na feitura do Evangelho decalcado nas recordações
de Maria.
Em Éfeso
Áquila e Prisca haviam retornado a
Corinto. Embora
pretendesse apenas manter algumas conversações mais longas com a filha
inesquecível de Nazaré, foi compelido a enfrentar a luta séria com os
cooperadores de João.
A sinagoga conseguira grande ascendente
político sobre a igreja da cidade, que ameaçava naufragar. O ex-rabino percebeu
o perigo e aceitou a luta, sem reservas. Durante três meses discutiu na
sinagoga, em todas as reuniões. A cidade, que se mantinha em dúvidas atrozes,
parecia alcançar uma compreensão mais elevada e mais rica de luzes.
Multiplicando as curas maravilhosas, Paulo, um dia, tendo imposto as mãos sobre
alguns doentes, foi rodeado por claridade indefinível do mundo espiritual. As
vozes santificadas, que se manifestavam em Jerusalém e Antioquia, falaram na
praça pública. Este fato teve enorme repercussão e deu maior autoridade aos argumentos
do apóstolo.
Ficou no trabalho em Éfeso mais de
dois anos.
Com as conversões e pregações de
Paulo o consumo de estatuetas e outros artefatos da deusa Diana tiveram
sua venda muito diminuída, ao que fez com que os artífices e ourives da cidade
fizessem uma revolta contra Paulo, não o encontrando em casa de Áquila,
destruíram tudo ali. Como Paulo estava em casa de outro amigo não o acharam.
Paulo vendo que se ficasse a revolta
dos ourives prejudicaria os seus amigos da igreja resolveu partir. Demorou-se
ainda em Éfeso até conseguir a liberdade dos detentos. E conseguido isso foi
para Trôade.
Em Trôade
Acompanhado
de alguns amigos chegou a Troâde, onde se demorou alguns dias.
Mas
a fadiga acentuava-se cada vez mais. As preocupações o enervavam. Tinha no
íntimo profunda desolação, que a insônia agravava dia a dia. Lembrando-se da
ternura dos irmãos de Felipes resolveu ali repousar alguns momentos.
Acompanhado
de alguns amigos dirigiu -se para Trôade, onde se demorou alguns dias,
edificando os irmãos na fé. A fadiga, entretanto, acentuava-se cada vez mais.
As preocupações enervaram-no. Experimentava no íntimo profunda desolação, que a
insônia agravava dia a dia. Paulo, que nunca esquecera a ternura dos irmãos de
Filipes, deliberou, então, procurar ali um abrigo, ansioso de repousar alguns
momentos.
Em Felipes
O Apóstolo foi acolhido com inequívocas provas
de carinho e consideração. Outra agradável surpresa ali o esperava: Lucas
encontrava-se acidentalmente na cidade e foi abraçá-lo. Esse encontro reanimou-lhe
o ânimo abatido. Avistando-se com o amigo, o médico alarmou-se. Paulo
pareceu-lhe extremamente debilitado, triste, não obstante a fé inabalável que
lhe nutria o coração e transbordava dos lábios.
Paulo sentia que seria a última vez
que descansaria em Felipes ao falar isso a Lucas o mesmo questionou por que.
Paulo disse que iria para o Ocidente ao que Lucas se ofereceu para ir junto a
Corinto. O que alegrou a Paulo.
Em Corinto
Começou
a planejar sua viagem a Roma. Resolveu escrever uma carta aos amigos romanos
que o antecedesse. Febe que teria que ir a Roma, de bom grado, levou o
documento.
Estava
tudo pronto para a partida para Roma, quando chegou Abdias, mensageiro de Tiago,
trazendo uma carta confidencial para Paulo.
Tiago
narrava na carta as novas perseguições aferradas que a igreja sofria. Confidenciou
que Pedro havia sido banido da cidade. A igreja fora assaltada por fariseus sem
consciência e só não sofrera depredações de maior vulto em virtude do respeito
que o povo lhe consagrara. O Sinédrio alegava necessidade de um entendimento
com Paulo a fim de conceder tréguas. Como Tiago considerava-se envelhecido e
cansado, sem a colaboração de Pedro temia sucumbir. Pedia então que Paulo fosse
a Jerusalém esclarecer o Sinédrio. Depois disso Paulo poderia ir para onde lhe agradasse.
Paulo refletiu se deveria atendê-lo ou não, levando em consideração as
diferenças que tinha com Tiago. Resolveu consultar o evangelho e abriu em : -
Concilia-te depressa com o teu adversário. Paulo resolveu atender ao pedido de
Tiago.
Na
noite em que recebeu a carta, Paulo sonhou com Jeziel e Abigail que lhe
disseram: - Não te inquiete, Paulo. É preciso ir a Jerusalém par ao testemunho
imprescindível. E disse ainda: - Tranquiliza-te, porque irás a Roma cumprir um
sublime dever, não porém, como queres, mas de acordo com os desígnios do
Altíssimo. E continuou: - Depois então, será a nossa união eterna em
Jesus-Cristo, para a divina tarefa do amor e da verdade à luz do Evangelho.
Paulo
ficou ainda três meses em Corinto, quando a Sinagoga principal de Acaia recebeu
secretas notificações de Jerusalém, nada menos que a eliminação de Paulo a
qualquer preço. Paulo percebeu a insídia e se despediu prudentemente dos coríntios
partindo com Lucas e Silas, a pé, para visitar as igrejas de Macedônia.
De Corinto
a Jerusalém
Por
toda parte pregou o evangelho convencido de que era a última vez que fixava
aquelas paisagens.
Foram
a Felipes depois a Trôade.
Adquirindo
em seguida um barco muito ordinário, Paulo e os discípulos prosseguiram a
viagem para Jerusalém, distribuindo consolações e socorros espirituais às
comunidades humildes e obscuras.
Em
Éfeso foi muito comovente sua estada. A própria Maria, avançada em anos,
acorrera de longe em companhia de João e outros discípulos, para levar uma
palavra de amor ao paladino intimorato do Evangelho de seu Filho. Os anciães
receberam-no com ardorosas demonstrações de amizade, as crianças ofereciam-lhe
merendas e flores.
A
viagem continuou Rodes, Pátara, Tiro, Ptolemaida e finalmente Cesaréia onde se
hospedam na casa de Felipe.
Ágabo
mediunizado faz dolorosos vaticínios.
Chega
um emissário de Tiago de nome Mnason que traz o pedido de Tiago de que por
prudência Paulo não procurasse de imediato a Igreja de Jerusalém, mas sim,
fosse a casa de Mnason que então Tiago lá iria encontra-lo.
Publicada por Graça Leite
Assinar:
Postagens (Atom)