domingo, 2 de agosto de 2015

CAP VIII - O martírio em Jerusalém

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Em Jerusalém

A noite Tiago chega em casa de Mnason. Ao contrário de outras vezes, o ex-rabino sente extrema simpatia pela pessoa de Tiago, que parecia inteiramente modificada pelos vicissitudes e aflições da vida.
O filho de Alfeu explica que o Sinédrio, a fim de abrandar as perseguições contra ele, exigia que Paulo pagasse o voto de Nazireu de quatro judeus pobres e comparecesse ao Tempo com eles durante sete dias consecutivos.
Paulo que pensava que o Sinédrio ia decretar sua morte, considera o pedido simples.
Tiago se explica para Paulo sobre seu posicionamento extremamente judaico e Paulo ajuíza que agora percebia que a vida exige mais compreensão que informação.
Como Paulo não tem recursos, fica acertado que a Igreja de Jerusalém pagaria as despesas necessárias pela exigência do Sinédrio.
A presença de Paulo no Templo causou enorme sensação em todos os círculos do farisaísmo. Após a humilhação do terceiro dia, o Sinédrio queria impor sentenças novas. Uma vez que Paulo estava acompanhado em um lugar sagrado por Trófimo, de origem grega e estranho às tradições israelitas, foram abertas novas acusações contra Paulo. Percebendo a trama pediu que Trófimo não mais o acompanhasse.
No último dia ao colocar-se em posição de orar, alguns exaltados começaram a gritar: - Morte ao desertor, Pedras à traição! – Pagarás teu crime! – É necessário que morras!...  Paulo se entregou sem resistência.
Foi deixado pelos exaltados exatamente no pátio do suplicio de Estevão. Paulo pensa: - Não estava ali o passado a reclamar resgates dolorosos? Não seria justo padecer muito pelo muito que martirizara os outros?
A semelhança de Estêvão, começou a ser apedrejado, mas Trófimo e Lucas cientes da gravidade da situação, procuraram o socorro das autoridades romanas. Um tribuno militar organizou um troço de soldados e foram ao átrio e arrebataram Paulo da multidão.
Paulo percebendo que não fora a Jerusalém tão-só para acompanhar quatro nazireus e sim para dar testemunho mais eloquente do Evangelho, interroga o tribuno com humildade: - Permitis, porventura, que vos diga alguma coisa? Em puro grego. O chefe da coorte replicou admirado: - Não és tu o bandido egípcio...Ao que Paulo responde: - Não sou ladrão. Sou cidadão de Tarso rogo-vos permissão de falar ao povo. O militar boquiaberto com tamanha distinção de gestos cedeu, embora hesitante.
Os mais exaltados tentaram romper o cordão de isolamento, ao que Zelfos agiu rápido mandou recolher Paulo no interior da Torre Antônia e dispersou os recalcitrantes a pata de cavalo. Quando viu que iria ser açoitado, revelou sua condição de cidadão romano. Imediatamente pararam os preparatórios para o suplício e chamaram Zelfos este junto com Claudio Lísias preocupados resolveram apresentar Paulo ao Sinédrio, mas com proteção militar.
O tratamento dispensado a Paulo é modificado, com mais respeito e recebeu a visita de sua irmã Dalila e o sobrinho Estefânio.
Paulo foi levado ao julgamento, porém foi agredido. Percebendo o rumo dos acontecimentos fez um comentário sobre a ressurreição. Esse era um tema controverso entre Fariseus e Saduceus, assim, o fato gerou grande balbúrdia e fez com que os Saduceus se atirarem contra os Fariseus com gestos e apóstrofes delirantes. Então Claudio Lísias, determinou o encerramento dos trabalhos e que o  prisioneiro voltasse ao cárcere, até que os judeus resolvessem discutir o caso com mais critério e serenidade.
Devido a simpatia do tribuno por Paulo, este teve um guarda para atendê-lo em suas necessidades, recebeu água, remédio, alimentos e visitas de amigos.
Novamente a voz lhe diz que terá que testemunhar em Roma também. De pronto sentiu novas forças.
Estefânio diz a Paulo que o Sinédrio planejava matá-lo na próxima audiência e que já havia 40 judeus que prometeram matá-lo. Paulo pede que levem o jovem a  Cláudio Lísias.
Enquanto o Tribuno avaliava a veracidade da informação trazida por um jovem quase criança e ainda sobrinho do prisioneiro, recebe a visita de Tiago, ao qual devia favores, que repetiu o plano já denunciado e conta a história de Paulo e que ele viera a cidade a seu pedido e roga que seja tomada medidas para impedir o monstruoso atentado.
Tiago sugeriu então a transferência de Paulo para a Cesaréia, tendo em vista um julgamento mais justo. Ao que Cláudio Lísias concordou e assim fez.
Uma força de 400 homens escoltaria Paulo que recebeu uma das melhores montarias.

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Em Cesaréia

O Governador Félix recebeu a expedição com enorme espanto. Como Paulo era de origem Judaica, convocou a representação do Sinédrio. Cinco dias depois o próprio Ananias chefiou os que foram a Cesaréia, levando Tértulo, uma das mais notáveis mentalidades que cooperavam no colendo sodalício.
Félix, com dúvida sobre o veredicto, resolve adiar a sentença até que Cláudio Lísias seja ouvido. O governador, faz uma proposta de suborno a Paulo, que não a aceita pois não serviria de obstáculo a redenção espiritual do mais humilde funcionário da Cesaréia. Dar-lhes dinheiro em troca de uma independência ilícita seria habituá-los ao apego dos bens que lhes não pertencem. A lição humilhara o governador e desde então se desinteressou da causa.
A esposa do governador quis conhecer e ouvir Paulo. Drusila de origem Judia quis sondar-lhe as ideias mais profundas e pediu um comentário geral da nova doutrina, no entanto, quando Paulo começou a falar das responsabilidades do homem frente a ressurreição o governador se fez pálido e interrompeu a pregação.
Paulo ficou dois anos preso na Cesaréia onde aproveitou para manter relações constantes com as Igrejas fundadas através de mensagens.
Como não poderia ir a Éfeso fazer uma biografia de Jesus baseada em memórias de Maria incumbiu Lucas de fazê-lo. Encarregou também Lucas de escrever o Atos dos Apóstolos.
Felix foi transferido deixando Paulo a própria sorte.
O novo governador Pórcio Festo, chegou e foi visitar Jerusalém, momento em que recebeu a solicitação do Sinédrio da restituição do prisioneiro. Ao que Pórcio decidiu que os rabinos o acompanhariam na volta para que ele então decidisse o destino de Paulo.
Lucas, de coração oprimido, foi ter com Paulo e contou os planos do Sinédrio de crucificá-lo qual o mestre e no mesmo local. Paulo ficou espantado, não aceitaria isso. Ninguém logrará um Calvário igual ao do mestre. Desejava morrer como um homem comum e pecador.-Se me condenarem, não estarão em erro. Sou imperfeito e preciso testemunhar nessa condição verdadeira de minha vida. Dê outro modo seria perturbar minha consciência, provocando um falso apreço humano.
Pórcio queria entregar Paulo mas temia fazê-lo  levianamente, e então consulta Paulo, que então conforme planejara:  Apela para Cesar.
Pórcio concorda: - Apelastes para César? Irás a César!
Herodes Agripa e Berenice foram visitar o novo governador ao que sabendo de Paulo manifestaram o desejo de conhecê-lo ao que Pórcio gostou para ter mais subsídios da peça justificatória da prisão de Paulo.
Paulo impressiona Agripa e quase o faz fazer uma profissão de fé cristã o que o Rei consegue se eximir...
Berenice foi a primeira a pedir clemência ao prisioneiro os demais seguiram a mesma corrente de benévola simpatia. Agripa tentou uma fórmula digna para que o Apóstolo fosse restituído a liberdade, mas o Governador disse que conhecendo a fibra moral de Paulo, tomara a sério o seu recurso para Cesar.
Paulo sabedouro da decisão, com serenidade, dirigiu-se as igrejas mobilizando todos os amigos de Cesaréia, menos os que o acompanhariam.
O centurião Júlio foi o encarregado de determinar todas as providências e por simpatia pelo Apóstolo, ordenou fosse ele conduzido à embarcação desalgemado.
A beira-mar filas de velhos, jovens e crianças, à frente Tiago alquebrado e velhinho vindo de Jerusalém com grande sacrifício para dar-lhe um ósculo fraternal. Bandos de crianças atiraram-lhe flores. Tiago tomou-lhe a destra e beijou-a com efusão.

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